Escola pastiniana e escalas afirmativas: N’zinga abrigação de capoeira angola
DOI:
https://doi.org/10.22409/geograficidade2018.83.a13163Keywords:
Geografia escolar. Capoeira angola. Racismo.Abstract
Compõem essa redação, espacialidades e temporalidades de uma geografia escolar a ser trabalhada nos espaços formais e informais de educação. Apresento o exemplo de escalas musicais na Capoeira Angola que atuam como instrumento de ações afirmativas políticas e culturais na luta contra o racismo e a discriminação da identidade negra. Estou baseado em reflexões teóricas e vivência no Instituto N’zinga de Capoeira Angola em São Paulo. Partindo do disco ‘Abrigação de Capoeira Angola’, o texto traz exemplos da oralidade de matrizes bantus e portuguesas presentes no jogo/dança de Angola. Sustentado na Escola Pastiniana (Mestre Pastinha, 1889-1981), tenho o compromisso com o espaço-tempo da Capoeira Angola afirmando seus ritos como resistência. As palavras cantadas, em conjunto com os instrumentos de matriz africana, são articuladas nas políticas educacionais e nas estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na geografia escolar brasileira.
Downloads
References
ABRIGAÇÃO N’zinga Capoeira de Abrigação. São Paulo: Estúdio 185, 2017. 1 CD.
ARAÚJO, Rosângela Costa. Iê, Viva meu Mestre. ‘Capoeira Angola da escola pastiniana’ como práxis educativa. 2004. Tese (Doutorado em Educação). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
AREIAS, Almir das. O que é Capoeira. São Paulo, Brasiliense, 1983.
BONEMAISSON, J.; CAMBREZY, L. Le lien territorial: entre frontiéres et identités. Geographies et Culturas (le territorie). Paris: L’ Harmattan/CNRS, 1996, n. 20.
CABAÇO, José Luis de Oliveira. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. 2007. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. 1 ed. São Paulo: Universidade Candido Mendes, Centro de Estudos Afro-asiáticos, 2001.
GLASGOW, Roy Arthur. Nzinga: resistência africana à investida do colonialismo português em Angola, 1582-1663. São Paulo: Perspectiva, 1982.
FERRACINI, Rosemberg. Legalidade territorial: a Capoeira Angola na Cidade de Goiás. Terr@Plural, Ponta Grossa, v.6, n.2, p. 229-239, jul/dez 2012.
FORTUNA, Carlos. (Micro)Territorialidades: metáforas dissidentes do social. Terr@ Plural, Ponta Grossa, v.6, n.2, p. 199-214, jul./dez. 2012.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 13 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FRIGERIO, Alejandro. Capoeira: de arte negra a esporte branco. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v.10, n.4, 1989.
GCAP- GRUPO DE CAPOEIRA ANGOLA PELOURINHO. O universo musical da Capoeira. Salvador, 1994. Texto mimeografado. (Comissão de Acervo e Documentação).
GCAP- GRUPO DE CAPOEIRA ANGOLA PELOURINHO. Capoeira Angola: Resistência à falsa abolição. Revista Exu. Salvador, Fundação Casa de Jorge Amado, 11, 1989.
GOODSON, Ivor. Tornando-se uma matéria acadêmica: padrões de explicação e evolução. Teoria e Educação, n.2, p.230-254, 1990.
HALL, Stuart. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da Unesco no Brasil, 2003.
HATZFELD, Henri. As raízes da Religião. tradição-ritual e valores. Lisboa: Ed. Crença e Razão, 1993.
KARASCH, Mary. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
KI-ZERBO, Joseph. Introdução Geral. História Geral da África I: metodologia e pré-história da África. São Paulo: Ática/ Paris: Unesco, 1982, p.21-42.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2004.
MOURA, Carlos. Curso de Introdução à História da África para professores de 1º e 2º graus. Raça Negra e Educação. Revista de Estudos e Pesquisa em Educação. Fundação Carlos Chagas, n.63, p.77-78, 1987.
RAMOS, Arthur. As culturas Negras no Novo Mundo. 4 ed. Rio de Janeiro: Cia Editora Nacional, 1979.
REIS. João José. Escravidão & Invenção da Liberdade. Estudos Sobre o Negro no Brasil. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 1998.
REIS, Letícia Vidor S. O Mundo de Pernas Para o Ar: a Capoeira no Brasil. 2 ed. São Paulo: Publisher, 2000.
SERRANO, Carlos. Angola: nasce uma nação: um estudo sobre a construção da identidade nacional.1998. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Hall, Stuart, Woodward, Kathryn. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
SILVEIRA, da Renato; RAMOS, Cleidiana. A Casa dos olhos do Tempo que fala da Nação Angolão Paquetan: Kunzo Kia Mezu Kwa Tembu Kisuelu Muije. Salvador: Fundação Palmares, 2010.
SOARES, Carlos Eugênio L. A Negrada Instituição; os Capoeiras no Rio de Janeiro 1850-1890. 1 ed. Secretaria Municipal de Cultura, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1994.
UZUKWU. E. Corpo e memória na liturgia africana. Revista Concilium. v.3, n.259. Petrópolis: Vozes, 1985.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás deuses iorubás na África no Novo Mundo. 6 ed. Salvador: Corrupio, 2002.