Sobre a interpretação da natureza [Über Naturschilderung]
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2010.v12i23.a13596Resumo
PREFÁCIO [Vorwort]Dedico este pequeno livro a todos os amigos da natureza, especialmente àqueles que, como professores de geografia, de história natural ou de história, buscam despertar em seus alunos os sentidos da grandeza e da beleza do mundo. Já será muito, se ele apenas puder servir de estímulo e guia para o tesouro das impressões revigorantes e gratificantes que se assentam no lado artístico da geografia. Os relatos das descrições de viagens, países e etnias já foram muito explorados pelos livros de geografia, como também pelas “ilustrações características” [Charakterbildern] etc., mas na maioria das vezes apenas se reeditaram aquelas mesmas imagens mais populares. Para refletir e sentir as imagens da natureza e para reproduzi-las em sala de aula, faz-se necessário recorrer às obras de nossos poetas e artistas; elas reproduzem as impressões da natureza de forma mais imediata, mais intensa e muitas vezes mais profunda. Mas digo isso apenas porque, ao inspirar os poetas e os artistas na criação de novas representações da natureza, ao provocar belas e sublimes ideias, também sua obra nos incentiva a desvendar o sentido da natureza. A ciência não é suficiente para entender a linguagem da natureza. Para muitas pessoas, a poesia e a arte são intérpretes mais compreensíveis da natureza do que a ciência. E o professor que apela para o sentimento, pode aproximar seus alunos às grandezas da natureza proporcionando-lhes relacionamentos mais vibrantes, mais dinâmicos com elas.
Não se encontra, no esforço que originou este livro, um ponto comum em atender ao apelo para uma educação escolar que incentiva a compreensão da arte? O sentido dessa educação, porém, eu só posso compreender quando se considera as seguintes condições: precisa-se alcançar a natureza através da arte, deve-se enxergar através do aprender, necessita-se sentir a emoção através da recriação, da vivência própria. Assim entendido, é uma bela ideia que o inverno de um iluminismo meramente racionalizante da ciência natural poderia ser expulso por uma primavera ensolarada de uma alegria da natureza e de uma aproximação amical com ela. Nesta primavera, a coroa floral de um viver corporal e sentimental, e de um pensar, poderia ser trançada. Denominamos esta primavera a fruição da natureza, e ela poderia ser trançada por cada vez mais pessoas em todos os países e em todos os dias, ampliando sempre os conhecimentos; e para isso, o ensino da geografia deveria contribuir, apesar de sua má fama de ser árido!
Leipzig, 20 de Julho de 1904.
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Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista GEOgraphia, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. E declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).
O autor concede e transfere, total e gratuitamente, ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense em caráter permanente, irrevogável e não exclusivo, todos os direitos autorais patrimoniais não comerciais referentes aos artigos científicos publicados na revista GEOgraphia. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e dos membros do Conselho Editorial da revista.
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