(Re)estruturação Urbana e Desigualdades Socioespaciais em Região e Cidade do Agronegócio

Autores

  • Denise Elias Universidade Estadual do Ceará
  • Renato Pequeno Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2015.v17i35.a13727

Palavras-chave:

Agronegócio Globalizado, Desigualdades Socioespaciais, Região Produtiva do Agronegócio, Moradia, Programa Minha Casa Minha Vida, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães.

Resumo

No presente artigo apresentamos resultados de pesquisa cujo problema central foi melhor compreender algumas das características da urbanização brasileira inerentes à difusão do agronegócio globalizado. Como objetos principais de análise tivemos as cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães (BA), que exercem centralidade urbana de ampla Região produtiva do agronegócio de grãos nos Cerrados nordestinos. Entre as hipóteses trabalhadas, estava a do acirramento das desigualdades socioespaciais na escala intraurbana, porquanto, de maneira geral, nas áreas onde o agronegócio globalizado se difunde, acirra-se a concentração das riquezas geradas. Para trabalhar a hipótese supracitada, selecionamos a produção da moradia como variável-chave, por entender que é na construção dos espaços residenciais que é possível perceber a forma mais predatória da urbanização brasileira recente. A despeito de reconhecermos as interseções derivadas de associações entre os diferentes agentes produtores do espaço urbano, adotando as formas como a moradia se configura na paisagem, a nosso ver, teríamos a sobreposição de três cidades nos espaços intraurbanos: a) a cidade derivada das políticas públicas; b) a cidade do mercado imobiliário; e c) a cidade informal. As constatações às quais chegamos sinalizam a segregação residencial e a fragmentação socioespacial como macrodinâmicas capazes de explicar a estruturação das cidades, evidenciando ainda o acirramento das desigualdades entre os diferentes grupos sociais. A análise dos resultados recentes do Programa Minha Casa Minha Vida nestas cidades tratando-se dos seus arranjos institucionais e das condições de inserção urbana também são esclarecedoras. Observa-se, ainda, a fragilidade institucional destes municípios, tendo em vista o enfrentamento dos problemas relacionados às más condições de moradia e às disfunções urbanas.

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Biografia do Autor

Denise Elias, Universidade Estadual do Ceará

Professora do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Estadual doCeará (UECE). Geógrafa, Doutora em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (1996)

Renato Pequeno, Universidade Federal do Ceará

Professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, graduação e mestrado, da Universidade Federal do Ceará (UF) Arquiteto, Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1991), Mestrado em Planejamento de Infraestruturas - Universitaet Stuttgart (1995), Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2002)

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Publicado

2016-01-31

Como Citar

Elias, D., & Pequeno, R. (2016). (Re)estruturação Urbana e Desigualdades Socioespaciais em Região e Cidade do Agronegócio. GEOgraphia, 17(35), 10-39. https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2015.v17i35.a13727

Edição

Seção

Artigos