Terra, poder e capital em Nova Mutum-MT: elementos para o debate da produção do espaço nas “cidades do agronegócio”
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2015.v17i35.a13728Palavras-chave:
Concentração Fundiária, Produção do Espaço, Agronegócio, Planejamento Urbano.Resumo
A urbanização de regiões dinamizadas pelo agronegócio em Mato Grosso está articulada ao processo de produção do espaço agrário, à atuação patrimonialista do próprio Estado e à ação dos capitais agroindustriais e financeiros nacionais e internacionais. A concentração fundiária pressuposta na expansão dos latifúndios e das “modernas” propriedades do agronegócio envolve a constituição de um espaço-tempo – da produção das commodities agrícolas – que se liga, na escala intraurbana, a mecanismos de controle de terras e valorização imobiliária através de atividades como planejamento urbano e loteamento. A pesquisa parte da realidade urbana e rural do município de Nova Mutum como possibilidade de compreender os processos produzidos na relação entre a dinâmica do campo modernizado pelo agronegócio e a produção do espaço urbano. A colonização privada – que marca uma historicidade monopolizada, dominada pela Mutum Agropecuária S.A. – articula-se à disputa pela reprodução atual do capital e do poder, entrelaçando o planejamento público municipal e os interesses fundiários privados. Analisamos como a elaboração recente do Plano Diretor dessa cidade vem sendo conduzida e que implicações esse instrumento de planejamento coloca para os negócios fundiários urbanos e para a reprodução de uma urbanização oligopolista cujos conteúdos podem atualizar a segregação socioespacial como fundamento da sociabilidade urbana.
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