AMPLIAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO SOCIOESPACIAL NA CIDADE ATRAVÉS DA MOBILIDADE RESIDENCIAL DESIGNADA DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i52.a48158Palavras-chave:
política habitacional, estruturação do espaço urbano, diferenciação socioespacialResumo
O objetivo deste artigo é compreender como a política habitacional repercute na estruturação do espaço urbano através da mobilidade residencial intraurbana promovida pelo Programa Minha Casa Minha Vida Faixa 1, em duas escalas geográficas: a da cidade como um todo e em áreas específicas com características socioeconômicas homogêneas. A pesquisa foi elaborada no contexto histórico-geográfico da cidade de Presidente Prudente, estado de São Paulo, a partir da análise da trajetória residencial produzida pelo PMCMV Faixa 1, através da verificação das mudanças ocorridas nos domicílios de procedência dos beneficiários. Parte-se do princípio de que a mobilidade residencial não necessariamente modifica a estruturação do espaço, senão que pode fortalecer a divisão social do espaço urbano desigual e hierarquizado. Evidenciou-se, assim, que o PMCMV possui e exerce a capacidade de ratificar o processo já existente de diferenciação socioespacial, em vez de ser um mecanismo que interceda diminuindo tal processo na cidade.
Palavras-chave: Política habitacional; Estruturação do espaço urbano; Diferenciação socioespacial.
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