AMPLIAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO SOCIOESPACIAL NA CIDADE ATRAVÉS DA MOBILIDADE RESIDENCIAL DESIGNADA DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i52.a48158

Palavras-chave:

política habitacional, estruturação do espaço urbano, diferenciação socioespacial

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender como a política habitacional repercute na estruturação do espaço urbano através da mobilidade residencial intraurbana promovida pelo Programa Minha Casa Minha Vida Faixa 1, em duas escalas geográficas: a da cidade como um todo e em áreas específicas com características socioeconômicas homogêneas. A pesquisa foi elaborada no contexto histórico-geográfico da cidade de Presidente Prudente, estado de São Paulo, a partir da análise da trajetória residencial produzida pelo PMCMV Faixa 1, através da verificação das mudanças ocorridas nos domicílios de procedência dos beneficiários. Parte-se do princípio de que a mobilidade residencial não necessariamente modifica a estruturação do espaço, senão que pode fortalecer a divisão social do espaço urbano desigual e hierarquizado. Evidenciou-se, assim, que o PMCMV possui e exerce a capacidade de ratificar o processo já existente de diferenciação socioespacial, em vez de ser um mecanismo que interceda diminuindo tal processo na cidade.

Palavras-chave: Política habitacional; Estruturação do espaço urbano; Diferenciação socioespacial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARON, C. M. (2010). Cidade e habitação em Presidente Prudente: 1964 – 1986. Tese de Doutorado. São Paulo. Escola de Engenharia de São Carlos da USP.

BONVALET, C.; BRUN, J. (2003). Quelques elements de bilan des recherches sur la mobilité residentielle en France. Cidades – Comunidades e Territórios. Lisboa, v. 7.

BUONFIGLIO, L. V. (2015). Da política urbana federal à produção do espaço municipal: a gestão habitacional no Rio Grande do Sul. Tese de Doutorado – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências. Campinas, São Paulo.

CALIXTO, M. J.; REDÓN S. M. (Orgs) (2021). O Programa minha casa minha vida e seus desdobramentos socioespaciais: os novos vetores da produção do espaço em cidades médias brasileiras, 1. ed. -- Porto Alegre, Rio Grande do Sul: TotalBooks.

CARDOSO, A. L. (org.) (2013). O Programa Minha Casa Minha Vida e seus efeitos territoriais. Rio de Janeiro: Letra Capital.

CARDOSO, M. (2017). Produção do espaço urbano e desigualdades socioespaciais: considerações sobre o Programa Minha Casa Minha Vida na cidade de Ananindeua, Pará. Revista de Geografia e Interdisciplinaridade InterEspaço. V. 3, n. 10, Grajaú, 2017.

CARLOS, A. F. (2011). Da “organização” à “produção” do espaço no movimento do pensamento geográfico. In: CARLOS, A. F.; SOUZA, M. L.; SPOSITO, M. E. B. (orgs). A produção do espaço urbano: agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo: Contexto.

CARRASCO, J.; RÚBIES, I. (2010). Cambios residenciales internos en la ciudad de Barcelona: evolución y características territoriales. Revista de investigaciones geográficas, Alicante: Instituto de Geografía, Universidad de Alicante, n. 52, p. 9-36.

CARVALHO, M. (2020). Diferenciação e desigualdade socioespacial: a mobilidade residencial das famílias de baixa renda no Programa Minha Casa Minha Vida. Tese de Doutorado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/PP). Presidente Prudente.

COSACOV, N.; DI VIRGILIO, M. M. (2019). Movilidades espaciales de la población y dinámicas metropolitanas en ciudades latinoamericanas. Quid 16. Revista del Área de Estudios urbanos. Instituto de Investigaciones Gino Germani de la Facultad de Ciencias Sociales (Universidad de Buenos Aires). Argentina. n. 10, p. 1-16.

COSACOV, N.; DI VIRGILIO, M. M.; NAJMAN, M. (2018). Movilidad residencial de sectores medios y populares: la ciudad de Buenos Aires como punto de llegada. In: Cadernos Metrópole/Observatório das Metrópoles: Mobilidade espacial, São Paulo, v.20, n. 41.

DEL RIO, J. P. (2012). El lugar de la vivienda social en la ciudad: Un análisis de la política habitacional desde el mercado de localizaciones intra-urbanas y las trayectorias residenciales de los habitantes. Tesis de Doctorado. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación. Universidad Nacional de La Plata, Argentina.

DI VIRGILIO, M. M. (2007). Trayectorias residenciales y estrategias habitacionales de familias de sectores populares y medios en Buenos Aires [tesis doctoral], Buenos Aires, Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Sociales, Doctorado en Ciencias Sociales.

______. (2009). Iguales pero diferentes: trayectorias residenciales, estrategias habitacionales y estratificación social entre familias residentes en el Área Metropolitana de Buenos Aires. IN: Revista Pre-Til, Colombia, Investigar para hacer ciudad; Universidad Piloto de Colombia, n. 19.

______. (2011). La movilidad residencial: una preocupación sociológica. Bogotá, Revista Territorios 25, p. 173-190.

______. (2014). Diferencias sociales en los procesos de movilidad residencial intraurbana en el Área Metropolitana de Buenos Aires (Argentina). Revista Quivera. 16(1): 11-37.

DI VIRGILIO, M. M.; ANSO, M. L. (2012). Estrategias habitacionales de familias de sectores populares y medios residentes en el área metropolitana de Buenos Aires (Argentina). Revista de Estudios Sociales. Bogotá, n. 44, p. 158-170.

DUHAU, E. (2003). División social del espacio metropolitano y movilidad residencial. Papeles de Población, 36, 161-210. Toluca: Universidad Autónoma del Estado de México.

FORMIGA, N. (2000). La diferenciación socioespacial y los espacios subjetivos de los bahienses. Relación global-local en la estructuración del espacio urbano. Tesis de Doctorado - Facultad de Geografía e Historia, Universidad Complutense de Madrid, Madrid, Espanha,

HONDA, S. (2011). Habitação de baixa renda como produto do capital. O Programa de Arrendamento Residencial (PAC) em Presidente Prudente – SP. Tese de Doutorado (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, São Paulo.

LAGO, L. (2000). Divisão sócio-espacial e mobilidade residencial: reprodução ou alteração das fronteiras espaciais? In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 12, 2000, Caxambu. Anais... Campinas: Abep.

LLOSA, A. (2017). Movilidad residencial y (re) composición social del espacio urbano en el municipio de Madrid. Revista Papers, n. 102, p. 767-792.

______. (2020). Espacio social, vivienda y movilidad residencial. Un análisis multiescalar de las prácticas residenciales y su relación con la estructura residencial. Tese de Doutorado. Universidad Pablo de Olavide. Sevilla, Espanha.

RIBEIRO, L. C.; SANTOS JUNIOR, O. (2012). Desafios da questão urbana na perspectiva do direito à cidade. IN: Ferreira, Regina Fátima C. F.; Biasotto, Rosane Coreixas (orgs). Caderno didático. Políticas públicas e direito à cidade: política habitacional e o direito à moradia digna. Rio de Janeiro: Letra Capital.

RODRIGUES, A. (2007). Desigualdades socioespaciais – A luta pelo direito à cidade. II Workshop do Grupo de Estudos Urbanos (GEU), Brasília.

ROLKIN, R. (Coord.) (2004). Plano Diretor Participativo. Guia para a elaboração pelos municípios e cidadãos. Brasília: Ministério das Cidades.

SPOSITO, M. E.; GÓES, E. M. (2013). Espaços fechados e cidades: insegurança urbana e fragmentação social – 1. Ed. – São Paulo: Editora Unesp.

VALENÇA, M. (2003). Habitação: notas sobre a Natureza de uma mercadoria peculiar. Cadernos Metrópole, PUC, São Paulo, n. 9, p. 165-171.

Downloads

Publicado

2022-03-30

Como Citar

Cardim de Carvalho, M., & Santos Melazzo, E. . (2022). AMPLIAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO SOCIOESPACIAL NA CIDADE ATRAVÉS DA MOBILIDADE RESIDENCIAL DESIGNADA DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA. GEOgraphia, 24(52). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i52.a48158

Edição

Seção

Artigos