UMA NARRATIVA REGRESSIVA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS: REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A POLÍTICA, A PUBLI(CIDADE) E A PRIVA(CIDADE)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2023.v25i55.a51010

Palavras-chave:

Espaços Públicos, Publicidade, Privacidade

Resumo

Até a última década do milênio passado, o tema dos espaços públicos era relativamente pouco estudado. Ao revisitar as obras de alguns autores pioneiros que, segundo a bibliografia especializada, foram os maiores responsáveis pela consolidação desse objeto de investigação científica, é possível perceber que, tomadas em conjunto, essas obras compõem uma narrativa: o nascimento, o amadurecimento, a regressão, a decadência e a crise dos espaços públicos. O presente artigo tem o objetivo de reconstruir, à luz do olhar dos seus proponentes, os principais argumentos que corroboram esta narrativa regressiva dos espaços públicos. Trata-se, pois, de uma reflexão sobre a lenta transformação da natureza do conceito e das características e funções dos espaços públicos e privados no mundo ocidental, em diferentes contextos históricos e geográficos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU, M. (1997). Evolução urbana do Rio de Janeiro. 3ª Ed. Rio de Janeiro, IPLANRIO, 147 p.

ARENDT, H. (2007). A condição humana. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 351 p.

ARENDT, H. (2002). O que é política? 3ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 240 p.

ARISTÓTELES (2000). A política. São Paulo: Martins Fontes, 321 p.

BENEVOLO, L. (1983). História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 729 p.

BENJAMIN, W. (1985). Paris, capital do século XIX. In: KOTHE, F. (Ed.). Sociologia. São Paulo: Ática, pp.29-43.

BERENSTEIN, P. (Ed.) (2003). Internacional Situacionista. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 160 p.

BERMAN, M. (1986). Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 360 p.

BORJA, J. & MUXÍ, Z. (2003). El espacio público, ciudad y ciudadanía. Barcelona: Electa, 118 p.

BOROS, D. & GLASS, J. (2014). Re-imagining public space: the Frankfurt School in the 21st century. New York: Palgrave Macmillan, 250 p.

CALDEIRA, T. (2000). Cidade de muros: crime segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34/Edusp, 400 p.

CASSEGARD, C. (2014). Contestation and bracketing: the relation between public space and the public sphere. Environment and Planning D: Society and Space, v. 32, pp. 689-703.

CHOAY, F. (1999). O reino do urbano e a morte da cidade. Projeto História, São Paulo, Vol. 18, pp. 67-89.

CRAWFORD, M. (1995). Contesting the public realm: struggles over public space in Los Angeles. Journal of Architectural Education., v. 49, n. 1, pp. 4-9.

DAVIS, M. (1993). Cidade de quartzo: escavando o futuro em Los Angeles. São Paulo: Scritta, 378 p.

DEBORD, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 237 p.

ELIAS, N. (1994). O processo civilizador Vol. I: uma história dos costumes. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 277 p.

ELIAS, N. (1994). O processo civilizador Vol. II: formação do Estado e civilização. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 307 p.

FELIX DE SOUZA, A. (2018). Os espaços públicos nas cidades contemporâneas: uma (re)visão. Geografares, Espírito Santo, v. 1, n. 26, pp. 182-21.

FELIX DE SOUZA, A. (2022a). Sociabilidade pública: interação social e espaços públicos. GEOUSP Espaço e Tempo, v. 26, n. 1, pp. 1-21.

FELIX DE SOUZA, A. (2023). Cosmopolis: public spaces, cosmopolitanism, and democracy. GeoJournal, n. 88, pp 1157–1173.

FYFE, N. (Ed.) (1998). The Images of the street: planning, identity and control in public space. London and New York: Routledge, 286p.

GIDDENS, A. (1991). As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp. 177 p.

GOFFMAN, E. (2010). Comportamento em lugares públicos: notas sobre a organização social dos ajuntamentos. Petrópolis, RJ: Vozes, 263 p.

GOHEEN, P. (1998). Public space and the geography of the modern city. Progress in Human Geography, v. 22, n. 4, p. 479-496.

GOODSELL, C. (2003). The concept of public space and its democratic manifestations. American Review of Public Administration, v. 33, n. 4, p. 361-383.

GOMES, P. (2010). A condição urbana: ensaios de geopolítica da cidade. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 304 p.

GOMES, P. (2018). Espaço público, espaços públicos. GEOgraphia, v. 20, n. 44, p. 12-30.

GOMES, P. & RIBEIRO, L. (Ed.) (2020). Formas de la Sociabilidad: una geografia de los espacios públicos en Rio de Janeiro. Granada: Editorial Universidad de Granada, 304 p.

HABERMAS, J. (1984). Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 397 p.

HARVEY, D. (2003). Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 14ª Ed. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 349 p.

HARVEY, D. (2011). O enigma do capital: e as crises do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 236 p.

HOLSTON, J. (1998). Spaces of insurgent citizenship. In: SANDERCOCK, L. (Ed.). Making the invisible visible, a multicultural planning history. London: University of California Press, p. 37-56.

HOSKYNS, T. (2014). The empty place: democracy and public space. New York: Routledge, 214 p.

HOWELL, P. (1993). Public space and the public sphere: political theory and the historical geography of modernity. Environment and Planning: Society and Space, n. 11, p. 303-322.

IRAZÁBAL, C. (Ed.) (2008). Ordinary places, extraordinary events: citizenship, democracy and public space in Latin America. New York: Routledge, 254 p.

IVESON, K. (2007). Publics and the city. Carlton: Blackwell Publishing, 251 p.

JACOBS. J. (2000). Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 510 p.

KOHN, M. (2004). Brave new neighborhoods: the privatization of public space. New York and London: Routledge. 232 p.

KOHN, M. (2008). Homo spectator: public space in the age of the spectacle. Philosophy & Social Criticism, v. 34, n. 5, p. 467–486.

LATHAM, A. & LAYTON. J. (2019). Social infrastructure and the public life of cities: Studying urban sociality and public spaces. Geography Compass, v. 13, n. 7, p. 1-15.

LEE, N. (2009). How is a political public space made? The birth of Tiananmen Square and the may fourth movement. Political Geography, v. 28, n. 1, p. 32–43.

LIGHT, A. & SMITH, J. (Ed.) (1998). The production of public space. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 268 p.

LOFLAND, L. (1973). A world of strangers: order and action in urban public space. New

York: Basic Books, Inc., Publisher, 223 p.

LOW, S. & SMITH, N. (Ed.) (2006). The politics of public space. London and New York, Routledge Taylor'& Francis Group, 185 p.

LOW, S.; TAPLIN, D. & SCHELD, S. (2005). Rethinking urban parks: public space and cultural diversity. Texas: University of Texas Press, 240 p.

PARKINSON, J. (2012). Democracy and public space: the physical sites of democratic performance. New York: Oxford University Press, 246 p.

PARKINSON, J. (2013). How is space public? Implications for spatial policy

and democracy. Environment and Planning C: Government and Policy, v. 31, p. 682-699.

MITCHELL, D. (2003). The right to the city: social justice and the fight for public space. New York: The Guilford Press, 270 p.

MUMFORD, L. (1982). A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. 2ª Ed., São Paulo: Martins Fontes, 741 p.

NÉMETH, J. (2012). Controlling the commons: how public is public space? Urban Affairs Review, v. 48, n. 6, p. 811-835.

ORUM, A. & NEAL, Z. (Ed.) (2010). Common ground? readings and reflections on public space. New York: Routledge, 227 p.

PARKINGSON, J. (2012). Democracy and public space: the physical sites of democratic performance. New York: Oxford University Press, 246 p.

SANTOS, M. (2007). O espaço do cidadão. São Paulo: 7ª Ed. Editora da Universidade de São Paulo, 176 p.

SENNETT, R. (1989). O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 447 p.

SERPA, Â. (2007). O espaço público na cidade contemporânea. São Paulo: Contexto, 205 p.

SIMMEL, G. (1973). A metrópole e a vida mental. In: VELHO, O. (Ed.). O Fenômeno Urbano. Rio de Janeiro: Zahar, 133 p.

SORKIN, M. (Ed.) (1992). Variations on a theme park: the new American city and the end of public space. New York: Hill and Wang, 252 p.

STAEHELI, L. & THOMPSON, A. (1997). Citizenship, community, and struggles for public space. Professional Geographer, v. 49, n. 1, p. 28-38.

STAEHELI, L. & MITCHELL, D. (2007). Locating the public in research and practice. Progress in Human Geography, v. 31, n. 6, p.792-811.

STAEHELI, L. (2010). Political geography: democracy and the disorderly public. Progress in Human Geography, v. 34, n. 1, p. 67-78.

STAEHELI, L. & MITCHELL, D. (2008). The people’s property? power, politics, and the public. New York: Routledge, 195 p.

TERZI, C. & TONNELAT, S (2017). The publicization of public space. Environment and Planning A: Economy and Space, v. 49, n. 3, p. 519–536.

VERMEREN, P. (2008). Equality and Democracy. Diogenes, n. 220, p. 55-68.

VALENTINE, G. (2008). Living with difference: reflections on geographies of encounter. Progress in Human Geography, v. 32, n. 3, p. 323-337.

WATSON, S. (2006). City publics: the (dis)enchantments of urban encounters. New York: Routledge, 193 p.

WATSON, S. (2019). Public city, the. In: ORUM (Ed.). The Wiley Blackwell Encyclopedia of Urban and Regional Studies. New York: Wiley-Blackwell, 2912 p.

WHITE, W. (1980). The social life of small urban spaces. New York: Project of Public Spaces, 125 p.

ZUKIN, C. (1995). The cultures of cities. Oxford, Blackwell, 322 p.

ZUKIN, C. (2010). Naked city: the death and life of authentic urban places. Oxford; New York: Oxford University Press, 294 p.

Downloads

Publicado

2023-07-19

Como Citar

Felix de Souza, A. (2023). UMA NARRATIVA REGRESSIVA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS: REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A POLÍTICA, A PUBLI(CIDADE) E A PRIVA(CIDADE). GEOgraphia, 25(55). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2023.v25i55.a51010

Edição

Seção

Artigos