ECONOMIA POPULAR, REPRODUÇÃO SOCIAL E PRIVAÇÃO DO URBANO: TRÊS NOVOS CONTEÚDOS DA PERIFERIA?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2023.v25i54.a52213

Palavras-chave:

periferia, economia popular, reprodução social

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar a tripla condição periférica do coletivo Mulheres do GAU, grupo de agricultoras urbanas de São Paulo, Brasil: argumentamos que esse coletivo localiza-se na periferia da economia, do trabalho e da cidade. Essas mulheres constituem parte da economia popular, condição perene na América Latina que evidencia a existência de múltiplas configurações não assalariadas de trabalho, compondo uma periferia da economia. Dentre elas, as responsáveis pela reprodução da vida normalmente ficam relegadas às pessoas de corpos feminizados, sendo invisibilizadas quando subsumidas ao vínculo entre trabalho e salário, constituindo uma periferia do trabalho. Finalmente, o coletivo concretiza características da vida cotidiana na periferia da cidade ao expor camadas da privação estrutural da urbanização capitalista. Dessa forma, compreende-se que a periferia constitui um dos polos do par dialético centro-periferia, produto do desenvolvimento desigual do capitalismo que atribui à segunda o conteúdo contraditório da reprodução do capital.

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Publicado

2023-03-09

Como Citar

Verdi, E. (2023). ECONOMIA POPULAR, REPRODUÇÃO SOCIAL E PRIVAÇÃO DO URBANO: TRÊS NOVOS CONTEÚDOS DA PERIFERIA?. GEOgraphia, 25(54). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2023.v25i54.a52213

Edição

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Artigos