TERRITORIALIDADE E SAÚDE A’UWẼ UPTABI (XAVANTE): TERRITÓRIOS CONTEMPORÂNEOS EM ABORDAGEM MULTIESCALAR
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i53.a55627Palavras-chave:
Xavante, território, mobilidade, territorialidade indígena, saúdeResumo
Este artigo oferece uma abordagem sobre a territorialidade A’uwẽ Xavante, povo Jê do Cerrado brasileiro que vem enfrentando processos de desterritorialização e re territorialização por meio, sobretudo, das lutas pelo reconhecimento de terras que atualmente ocupam. Pretende-se verificar as relações entre a limitação territorial que impede a mobilidade inerente ao seu modo de vida e as mudanças nos costumes alimentares, e no modo de se relacionar com o Cerrado, correlacionando a transformações no território e na saúde, vulnerabilizada por um conjunto de aspectos que revelam especificidades desse povo. Para tal, é utilizada uma abordagem multiescalar, conforme os fenômenos estudados, a partir da literatura existente em diálogo com as experiências de campo.
Downloads
Referências
AZANHA, G. (coord.). (2013). Estudos etnoecológicos dos impactos nas TIs Parabubu, Areões, Pimentel Barbosa, Culuene e Marechal Rondon. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://biblioteca.trabalhoindigenista.org.br/wp-content/uploads/sites/5/2018/06/etnoecol-parabubu-areoes-pimentel-marechal.pdf Acesso em: 30 jun. 2022.
AZEVEDO, T.; OLIVEIRA, M. (2021). Relatório anual do desmatamento no Brasil. São Paulo: MapBiomas.
BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. (2021). Terra Brasilis. Disponível em: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads. Acesso em: 30 jun. 2022.
BRASIL. Secretaria Especial de Saúde Indígena. (2013). Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena, Brasília. Disponível em: http://www.ccms.saude.gov.br/saudeindigena/asesai/sobreasesai.html#. Acesso em: 20 mar. 2019.
CAMILO, M. (2020). Indígenas Xavante são os mais atingidos pela covid-19 no Mato Grosso. Amazônia Real, Manaus, 21 jul. 2020. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/indigenas-xavante-sao-os-mais-atingidos-pela-covid-19-no-mato-grosso. Acesso em: 19 maio 2022.
COIMBRA JR., C. E. A. et al. (2002) The Xávante in transition: health, ecology and bioanthropology in central Brazil. Ann Arbor: The University of Michigan Press.
DALFABBRO et al. (2014) High prevalence of type 2 Diabetes mellitus in Xavante indians from Mato Grosso, Brazil Ethnicity & Disease, Volume 24, p.36-40
DALLABRIDA, P. (2020). Etnias Xavante, Kokama e Terena concentram 23% das mortes por covid-19 entre indígenas. De Olho nos Ruralistas: Observatório do Agronegócio no Brasil, São Paulo, 17 set. 2020. Disponível em: https://deolhonosruralistas.com.br/2020/09/17/etnias-xavante-kokama-e-terena-concentram-23-das-mortes-por-covid-19-entre-indigenas. Acesso em: 15 maio 2022.
ESCOBAR, A. (2015). Territorios de diferencia: la ontología política de los “derechos al territorio”. Cuadernos de Antropología Social, Buenos Aires, n. 41, p. 25-38.
FREIRE, C. A. R. (2002). Dos Xavante aos Kayapó: políticas de pacificação e territorialização dos povos indígenas (1940-1960). In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS (ANPOCS), 26, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ANPOCS. Disponível em: https://anpocs.com/index.php/papers-26-encontro/gt-23/gt15-19/4449-cfreire-dos-xavante/file. Acesso em: 15 maio 2022.
GALLOIS, D. T. (2004). Terras ocupadas? Territórios? Territorialidades? In: RICARDO, F. Terras indígenas e unidades de conservação da natureza: o desafio das sobreposições. São Paulo: Instituto Socioambiental. p. 37-41.
GIACCARIA, B.; HEIDE, A. (1972). Xavante: povo autêntico. São Paulo: Editorial Salesiano Dom Bosco.
GLOBAL FOREST WATCH. (2022). Washington. Disponível em: https://www.globalforestwatch.org/map/?map=eyJjZW50ZXIiOnsibGF0IjotMTUuNDMwNjU4NTU4NjY5MjQsImxuZyI6LTUzLjkxNzc1NzM0NDQ1OTY2fSwiem9vbSI6MTIuNjQ5NzMxODIxMDIwNjIsImJhc2VtYXAiOnsidmFsdWUiOiJwbGFuZXQiLCJjb2xvciI6IiIsIm5hbWUiOiJwbGFuZXRfbWVkcmVzX25vcm1hbGl6ZWRfYW5hbHl0aWNfMjAyMi0wNV9tb3NhaWMiLCJpbWFnZVR5cGUiOiJhbmFseXRpYyJ9LCJkYXRhc2V0cyI6W3siZGF0YXNldCI6InBvbGl0aWNhbC1ib3VuZGFyaWVzIiwibGF5ZXJzIjpbImRpc3B1dGVkLXBvbGl0aWNhbC1ib3VuZGFyaWVzIiwicG9saXRpY2FsLWJvdW5kYXJpZXMiXSwib3BhY2l0eSI6MSwidmlzaWJpbGl0eSI6dHJ1ZX1dfQ%3D%3D Acesso em 10 maio 2022.
GOMIDE, M. L. (2008). Marãnã Bödödi: a territorialidade Xavante nos caminhos do Ró. 2008. 436 f. Tese (Doutorado em Geografia). São Paulo: Universidade de São Paulo.
GRAHAM, L. (2008). Xavante. Povos indígenas no Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xavante. Acesso em: 30 jun. 2022.
HAESBAERT, R. (2004). O mito da desterritorialização: do "fim dos territórios" à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
HAESBAERT, R. (2021). Território e descolonialidade: sobre o giro (multi)territorial/
de(s)colonial na "América Latina". Buenos Aires; Niterói: CLACSO; UFF.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. (1982). Censo Brasileiro de 1980. Rio de Janeiro: IBGE.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. (1992). Censo Brasileiro de 1990. Rio de Janeiro: IBGE.
INGOLD, T. (2000). To journey along a way of life: maps, wayfinding and navigation. In: INGOLD, T. The perception of the environment. Londres: Routledge. p. 219-242.
MAYBURY-LEWIS, D. (1984). A sociedade Xavante. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
PARRA, L. B.; ROCHA, C. C. (2019). Diagnóstico etnoambiental antropológico (microrregião Namunkurá, Terra Indígena São Marcos-MT). Relatório técnico.
RIBEIRO, B. (2020). Covid-19: letalidade entre índios Xavantes é 160% maior que a média nacional. PDT 12, Brasília, 26 jun. 2020. Disponível em: https://www.pdt.org.br/index.php/covid-19-letalidade-entre-indios-xavantes-e-160-maior-que-a-media-nacional. Acesso em: 15 maio 2022.
ROCHA, L. (2018). Da terra onde se retira o pão também se constrói o território: as transformações socioterritoriais sofridas pelo povo Xavante em decorrência do avanço do agronegócio na Terra Indígena Marãiwatsédé. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia.
SANTILLI, M. (2004). A cilada corporativa. In: Ricardo, F. Terras indígenas e unidades de conservação da natureza: o desafio das sobreposições. São Paulo: Instituto Socioambiental. p. 11-14.
SEEGER, A. MATTA, R., CASTRO, E.B.V. (1979). A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim do Museu Nacional, Série Antropologia, n. 32, p. 2-19.
SEREBURÃ, HIPRU, RUPAWÊ, SEREZABDI, SERẼNIMIRÃMI. (1998). Wamrêmé Za’ra – Nossa Palavra: Mito e História do Povo Xavante. Tradução: Paulo Supretaprã Xavante and Jurandir Siridiwê Xavante. São Paulo: Senac.
SUPRETAPRÃ, P. (2015). O lado indígena: o outro lado da história. In: Milanez, F.(org.) Memorias sertanistas, cem anos de indigenismo no Brasil pp.99-109. São Paulo: edições Sesc.
SILVA, A. L. (1992). Dois séculos e meio de história Xavante. In: Cunha, M. C. História dos índios no Brasil. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura; Companhia das Letras; Fapesp. p. 354-377.
SILVA, A. L. (1983). Xavante: casa, aldeia, chão, terra, vida. In: Novaes, S. C. (org.) Habitações indígenas. São Paulo: Nobel. p. 33-56.
SOARES, L. P. et al. (2018). Risco cardiovascular em uma população indígena Xavante. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 110, n. 6, p. 542-550, jun. 2018.
TAVARES, P. (2020). Memória da terra: arqueologias da ancestralidade e da despossessão do povo Xavante de Marãiwatsédé. Brasília: MPF. Disponível em: http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/222879/6CCR_MT.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 jun. 2022.
VIEIRA, G. O. et al. (2019). Consumo alimentar domiciliar nas Terras Indígenas Xavante de Pimentel Barbosa e Wededze, Mato Grosso, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais [...]. João Pessoa: Abrasco.
VIEIRA FILHO, J. P. B. (1981). Problemas da aculturação alimentar dos Xavantes e Bororo. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 24, p. 37-40.
VIEIRA-FILHO, J. P. B.; RUSSO, E. M. K.; FERREIRA-NOVO, N. 1983. A hemoglobina glicosilada (HbA1) dos índios Xavantes. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v. 27, p. 153-155.
VIEIRA-FILHO, J. P. B.; RUSSO, E. M. K.; JULIANO, Y. (1984). A hemoglobina glicosilada (HbA1) dos índios Bororo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 28, p. 87-90.
VIEIRA FILHO, J. P. B. et al. (1997) Polineuropatia nutricional entre índios Xavantes. Revista da Associação Médica Brasileira, [online], São Paulo, v. 43, n. 1, p.82-88. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-42301997000100018. Acesso em: 1º jul. 2022.
VIEIRA FILHO, J. P. B. et al. (2001). Latent Autoimmune Diabetes of the Adult (LADA) in a Brazilian Indian. São Paulo Med. J. [online], vol.119, n.2, pp.84-85. ISSN 1516-3180. https://doi.org/10.1590/S1516-31802001000200009.
WAGNER, R. (2010). A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify.
WELCH, J. R. et al. (2013). Na primeira margem do rio: território ecologia do povo Xavante de Wedezè. Rio de Janeiro: Museu do Índio; Funai.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista GEOgraphia, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. E declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).
O autor concede e transfere, total e gratuitamente, ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense em caráter permanente, irrevogável e não exclusivo, todos os direitos autorais patrimoniais não comerciais referentes aos artigos científicos publicados na revista GEOgraphia. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e dos membros do Conselho Editorial da revista.
Os trabalhos publicados estão simultaneamente licenciados com uma licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.
