DISPUTAS E SENTIDOS NA APROPRIAÇÃO DA CIDADE: O PRECONCEITO ESPACIAL COMO DISPOSITIVO DE CONTROLE SOCIAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a56435

Palavras-chave:

preconceito espacial, dispositivo, campo, urbano

Resumo

Considera-se, nesse trabalho, o espaço urbano como um campo estruturado e estruturante de posições, com seus capitais, habitus e disputas específicas, que giram em torno da localização das habitações, da produção de seu ambiente e apropriação dos lugares de consumo, lazer e naturais. O preconceito espacial é engendrado nessas disputas como um dispositivo de controle territorial, cuja geografização se dá por meio do planejamento e gestão das distâncias. É utilizado em múltiplas escalas da cidade e com diversas finalidades, entre as quais: manter seletivamente os estigmatizados distantes dos lugares das elites, justificar processos de revitalização urbana, controlar o orçamento e o planejamento urbano. Essa leitura foi construída colocando em diálogo a teoria bourdieusiana dos campos e a perspectiva de construtivismo geográfico de Alícia Lindón e Michel Lussault.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, G. (2009) O que é contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos. 92 p.

BAUDELAIRE, C. (2014) Pequenos poemas em prosa (le spleen de Paris). [S.l.]. Disponível em: https://iedamagri.files.wordpress.com/2014/07/baudelaire-spleen-de-paris.pdf. Acesso em: 14 abr. 2021.

BOURDIEU, P. (1983) Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero Limitada. 272 p.

BOURDIEU, P. (1997) A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes. 752 p.

BOURDIEU, P. (2006) As estruturas sociais da economia. Porto: Campo das Letras. 263 p.

BOURDIEU, P. (2013) A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Souk. 560 p.

BOURDIEU, P. (2015) A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. Porto Alegre: Zouk. 220 p.

CAMPOS, A. O. (2012) As questões étnico-raciais no contexto da segregação socioespacial na produção do espaço urbano brasileiro: algumas considerações teórico-metodológicos. In: SANTOS, R. E. (Org.). Questões urbanas e racismo. Brasília: ABPN, p. 105-134.

CAILLY, L. (2004) Pratiques spatiales, identités sociales et processos d’individualisation. Thèse (Doctorat em Géographie) – Ecole doctorale Sciences de l'homme et de la société, Université François Rabelais: Tours, 444 p.

LINDÓN, A. (2006) Geografías de la vida cotidiana. In: LINDÓN, Alicia; HIERNAUX, Daniel (Dir.). Tratado de Geografía Humana. Barcelona, Rubi: Cidade do México, Antrophos Editorial, p. 356-400.

LINDÓN, A. (2009) La construcción socioespacial de la ciudad: el sujeto cuerpo y el sujeto sentimiento. Revista latinoamericana de estudios sobre cuerpos, emociones y sociedad, Argentina, v. 1, n. 1, p. 6-20. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273220612009. Acesso em: 14 dez. 2020.

LINDÓN, A. (2012) La concurrencia de lo espacial y lo social. In: TOLEDO, Enrique de la Garza; LEYVA, Gustavo (Ed.). Tratado de metodología de las ciencias sociales: perspectivas actuales. Ciudad de México: Fondo de Cultura Economica, p. 554-590.

LINDÓN, A. (2015) Del espacio pública de las hexis corporales al de las afectividades brumosas y no discursivas. Revista latinoamericana de estudios sobre cuerpos, emociones y sociedad, Córdoba, n. 17, ano 7, p. 8-19. Disponível em: http://www.relaces.com.ar/index.php/relaces/article/view/157. Acesso em: 21 jul. 2020.

LINDÓN, A. (2020) La periferia: fragmentos inestables de la ciudad vivida. Revista perspectiva geográfica, [S.l.], v. 25, n. 2, p. 15-33. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/pgeo/v25n2/0123-3769-pgeo-25-02-15.pdf. Acesso em: 06 abr. 2021.

LUSSAULT, M. (2015) El hombre espacial: la construcción social del espacio humano. Buenos Aires: Amorrortu. 352 p.

KERN, L. (2020) Ciudad feminista: la lucha por el espacio en un mundo diseñado por hombres. Buenos Aires: EGodot, 2020. 208 p.

HARVEY, D. (2011) O enigma do capital: e as crises do capitalismo. São Paulo: Boitempo. 238 p.

ROLNIK, R. (2015) Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo. 424 p.

ROCHA, R. M.; MAGALHÃES, A. M. (2011) As amenidades naturais influenciam a escolha locacional dos trabalhadores? Evidências para as regiões metropolitanas brasileiras. Revista brasileira de estudos de população, [S.l.], v. 28, n. 2, p. 369-387. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepop/a/LLWXtnxfYLncVFZHdgnMBxq/?lang=pt . Acesso em: 27 set. 2023.

SERPA, A. (2017) O espaço público na cidade contemporânea. São Paulo: Contexto. 208 p.

SENNETT, R. (2018) Construir e habitar: ética para uma cidade aberta. Rio de Janeiro: Record. 378 p.

SILVA, M. N. (2012) População negra: segregação e invisibilidade em Londrina. In: SANTOS, R. E. (Org.) Questões urbanas e racismo. Brasília: ABPN, p. 105-134.

SVAMPA, M. (2008) Los que ganaron: la vida en los countries y barrios privados. Buenos Aires: Biblos. 282 p.

SOARES, L. E. (2019) Desmilitarizar: segurança pública e direitos humanos. São Paulo: Boitempo. 296 p.

SOUZA, M. L. S. (2006) A prisão e a ágora: reflexões em torno da democratização do planejamento e da gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 632 p.

SOUZA, M. L. S. (2008) Fobópole: O medo generalizado e a militarização da questão urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 288 p.

SOUZA, J. (2012) A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo Horizonte: Editora UFMG. 207 p.

TAYLOR, C. (2011) As fontes do self: a formação da identidade moderna. São Paulo: Loyola. 672 p.

VILLAÇA, F. (2001) Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Nobel. 376 p.

Downloads

Publicado

2024-05-02

Como Citar

Sodré, R. (2024). DISPUTAS E SENTIDOS NA APROPRIAÇÃO DA CIDADE: O PRECONCEITO ESPACIAL COMO DISPOSITIVO DE CONTROLE SOCIAL. GEOgraphia, 26(56). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a56435

Edição

Seção

Artigos