HORIZONTES PARA POLÍTICA HABITACIONAL NO MST: A PARTICIPAÇÃO DO ASSENTAMENTO EGÍDIO BRUNETTO I – LAGOINHA SP
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2025.v26i59.a67006Palavras-chave:
MST, Construção com terra, política de habitação, Egídio Brunetto I, AutonomiaResumo
Uma nova articulação no campo das políticas de habitação rural vem sendo traçada pelo MST e CRATerre para viabilizar a construção tradicional com terra e metodologia construtiva compatíveis com a realidade do campo. A parceria visa a ampliação do conhecimento da técnica construtiva formando replicadores em todo o território nacional. A justificativa gira em torno do grande gargalo da construção civil que se mostra opressora a realidade do campo e promotora de grandes impactos ambientais, além de manter refém, o homem do campo apartado de sua tradicionalidade. Essa configuração de construção civil hegemônica separa o sujeito de suas necessidades e condições de acesso a moradia adequada as suas demandas compatíveis com a produção e reprodução da vida rural. As políticas públicas provindas através do PNHR e PNRA, embora tenha apresentado grande efetividade nos últimos 15 anos, não considerou as peculiaridades que as dimensões da vida no campo conservam, podendo ter contribuído, inclusive, com uma infraestruturação do campo que permite o investimento, público ou privado, de interesses imobiliários futuros. Além disso, as políticas estabelecidas não preveem a permanência do camponês no território rural a fim de evitar uma dinâmica de êxodo rural.
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