A CARTOGRAFIA SOCIAL COMO PRÁTICA CONTRA-HEGEMÔNICA DE RESISTÊNCIA CAMPONESA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2025.v27i59.a61924

Palavras-chave:

Cartografia social, Resistência camponesa, Mapeamento participativo, Chapada do Apodi

Resumo

Objetiva-se apresentar a cartografia social como prática contra-hegemônica que contribui com a resistência camponesa a partir de mapeamento participativo e produção de mapas sociais em territórios marcados pela injustiça ambiental. Utiliza-se uma metodologia qualitativa que busca aliar o debate teórico vinculado aos sentidos da cartografia social enquanto prática contra-hegemônica com a análise empírica da experiência de mapeamento participativo realizado na Chapada do Apodi, em Tabuleiro do Norte-CE, uma região de expansão do agronegócio. A cartografia social, compreendida como uma forma de apropriação das técnicas de representação do espaço pelas populações do campo, para além do mapa produzido, contribui com a resistência camponesa, ao fortalecer a reflexão dos sujeitos e visibilizar a injustiça ambiental.

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Publicado

2025-10-13

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Artigos

Como Citar

A CARTOGRAFIA SOCIAL COMO PRÁTICA CONTRA-HEGEMÔNICA DE RESISTÊNCIA CAMPONESA. GEOgraphia, Niterói, v. 27, n. 59, 2025. DOI: 10.22409/GEOgraphia2025.v27i59.a61924. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/61924. Acesso em: 5 dez. 2025.