EL ESTADIO DE FÚTBOL QUE SE CONVIRTIÓ EN PRISIÓN: EL USO DEL COMPLEJO DEPORTIVO CAIO MARTINS POR LA DICTADURA CÍVICO-MILITAR
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a54932Palabras clave:
Estadio de fútbol Caio Martins, Dictadura militar, presos políticos, memoria, rugosidadesResumen
El estadio de fútbol Caio Martins fue inaugurado en la década de 1940 en la ciudad de Niterói (Río de Janeiro, Brasil) y forma parte del complejo deportivo del mismo nombre. Para los habitantes de la ciudad de Niterói, es una instalación cultural y deportiva. Sin embargo, durante 1964, sus instalaciones fueron utilizadas como aparato represivo, inaugurando el uso de los estadios como cárceles, lo que también ocurrió en otros países latinoamericanos. Este uso se justificó en la época por la falta de espacio en las comisarías, lo que ofrece pistas sobre el número de personas que fueron encarceladas para ser investigadas por ser consideradas una amenaza para el gobierno de la época. Pretendemos hacer una retrospectiva de los acontecimientos de 1964, enfatizando el uso del complejo deportivo Caio Martins como prisión en un contexto donde se explicitaron diversos tipos de cambios en la función de los estadios. Para tal fin, se utilizaron reportajes de periodismo accesibles a través de la Biblioteca Digital de la Biblioteca Nacional y los testimonios de presos recogidos por la Comisión Nacional de la Verdad y puestos a disposición por el Archivo Nacional como fuentes que permiten reconstruir los pormenores de este uso. Los documentos fueron analizados a la luz del debate propuesto por autores como Daniel Reis Filho que investiga el contexto dictatorial, Milton Santos que señala la rugosidad del espacio y Pierre Nora que indica el potencial de los lugares de memoria. Desde otra perspectiva, reconstruir cómo el centro deportivo llegó a utilizarse como prisión nos permitió comprender la apropiación del espacio en su complejidad, resaltando las memorias. En este proceso de retorno, evidenciamos los intentos de borrar los hechos y silenciar a las personas (hombres y mujeres), que no sólo son escuchadas, sino también traídas a la memoria, marcando el espacio geográfico vivido, percibido y concebido, en un contexto en el que pasado, presente y futuro se entrelazan en la memoria de forma atemporal.
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