APONTAMENTOS SOBRE A ARQUITETURA DE CAFÉS ESPECIAIS NO CAPARAÓ CAPIXABA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i52.a50112

Palavras-chave:

Agricultura familiar, consumo, cultura do café, ruralidade, território

Resumo

A fundamentação agrícola da economia brasileira possibilita identificar um grande contingente de territórios rurais com distintas características e conformações. A cafeicultura se destaca como uma das mais importantes produções do país visto que é explorada em todo o território, tornando o Brasil o maior produtor e segundo maior consumidor no mundo. Nesse sentido, a formação de uma cultura cafeeira se ampara na produção, consumo e formação das paisagens rurais. Desse modo, teve como objetivo identificar a formação de uma Arquitetura do Café no Caparaó capixaba a partir dos sistemas e processos territoriais rurais, analisando fatores históricos da inserção da cafeicultura na região e perspectivas de efetivação do consumo de cafés especiais. Para tal, foi conduzido um estudo qualitativo, exploratório, descritivo, analítico, por meio do Método de Pesquisa Orientado a Processos (Método POP), utilizando como procedimentos metodológicos principais a pesquisa de campo e a observação participante, bem como as investigações documental e bibliográfica. A pesquisa foi dividida elencando as seguintes temáticas: história da cultura cafeeira no Caparaó, diferenciação do mercado de cafés especiais nacional e internacional, bem como perspectivas de consumo. Como resultados, é possível apontar um panorama da Arquitetura do Café no Caparaó capixaba, evidenciado por pequenas propriedades rurais, agricultura familiar, produção agroecológica e terroir que asseguram uma produção cafeeira de excelência.

Palavras-chave: Agricultura familiar; Consumo; Cultura do café; Ruralidade; Território.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Beatriz Carvalho Tavares, Universidade Federal Fluminense (UFF) Niterói, RJ, Brasil

Mestranda em Turismo pela Universidade Federal Fluminense (PPGTUR-UFF). Pesquisadora bolsista pelo Projeto de Pesquisa Aplicada em Agricultura Familiar e Circuitos Turísticos (UFF/MTur/MAPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1501-4187 E-mail: tavaresbeatriz@id.uff.br

André Munhoz de Argollo Ferrão, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, SP, Brasil

Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP). Professor Livre Docente da Universidade Estadual de Campinas. Programa de Pós-graduação em Ensino e História de Ciências da Terra, IG - Unicamp. Pesquisador Cepagri - Unicamp. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0687-3622 E-mail: argollo@unicamp.br

Referências

ANDRADE, H. C. C.; ALCÂNTARA, V. de C.; VALDANO, A. P. de M.; SANTOS, A. C. dos. (2015). Atribuição de sentidos e agregação de valor: insumos para o turismo rural em regiões cafeicultoras. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 8, n. 2.

ANDRADE, H. C. C.; MOSS, M. C. B. (2012). A cafeicultura familiar e um possível modelo para o desenvolvimento do turismo do café em Minas Gerais. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 5, n. 3.

ARGOLLO FERRÃO, A. M. de. (2003). O potencial turístico da arquitetura rural no Brasil. In: Congresso Brasileiro de Turismo Rural. p. 45-56.

ARGOLLO FERRÃO, A. M. de. (2004). Arquitetura do café. Campinas [SP]: Editora da Unicamp. 296 p.

ARGOLLO FERRÃO, A. M. de. (2007). Arquitetura rural e o espaço não-urbano. Labor & Engenho, v. 1, n. 1, p. 89-112.

ARGOLLO FERRÃO, A. M. de. (2016). Sistemas territoriais integrados e a paisagem rural no Brasil. Identidades: território, proyecto, patrimonio, n. 6, p. 176-209.

ARGOLLO FERRÃO, A. M. de.; FREIRE, W. J. (1995). Interdependência entre cidade e campo. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, Viçosa, p. 9.

AZEVEDO, C. V. de. (2015). Agricultura, memória, paisagem e turismo: as perspectivas de construção de novas ruralidades no assentamento rural fazenda Engenho Novo. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

BONI, V.; QUARESMA S. J. (2005). Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica Em Tese, v. 2, n. 1, p. 68-80.

BRASIL, Ministério da Economia. (2021). INPI concede Denominação de Origem para café do Caparaó. Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Brasil, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/inpi/pt-br/central-de-conteudo/noticias/inpi-concede-denominacao-de-origem-para-cafe-do-caparao> Acesso em: 2 abr. 2021.

BRUYNE, P., HERMAN, J. e SCHOUTHEETE, M. (1977). Dinâmica de pesquisa em Ciências Sociais: os pólos da prática metodológica. Rio de Janeiro: F. Alves.

BSCA. Associação Brasileira de Cafés Especiais. (2021). Regiões. Disponível em: <https://brazilcoffeenation.com.br/region/list> Acesso em: 10 fev. 2021.

CAFÉ CORDILHEIRAS DO CAPARAÓ. (2021). Perfil do instagram. Iúna, Espírito Santo. Disponível em: <https://instagram.com/cafecordilheirasdocaparao?igshid=6uvlgwtltj3i> Acesso em: 12 fev. 2021.

CANO, W. (2002). Padrões Diferenciados das Principais Regiões Cafeeiras (1850-1930). Ensaios sobre a Formação Econômica Regional do Brasil. Campinas: UNICAMP/IE.

CARNEIRO, M. J. (1994). Mulheres no campo: Notas sobre sua participação política e condição social do gênero. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 2, n. 1, p. 11-22.

CARRARA, A. A. (1999). Estruturas agrárias e capitalismo: contribuição para o estudo da ocupação do solo e da transformação do trabalho na zona da mata mineira (séculos XVIII …). Mariana: UFOP.

COE. Cup of Excellence. (2021). The premier coffee competition. Portland: Cup of Excellence. Disponível em: <https://cupofexcellence.org/> Acesso em: 4 abr. 2021.

DADALTO, G. G.; SILVA, A. E. S. da; COSTA, E. B. da; GALVÊAS, P. A. O.; LOSS, W. R. (2016). Transformações da agricultura capixaba: 50 anos. Vitória, ES : Cedagro; Incaper; Seag.

DA SILVEIRA, A. V. (2012). A tradição construtiva do caparaó capixaba. Revista do Colóquio de Arte, v. 1, n. 2, p. 260-273.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2015). Café é a segunda bebida mais consumida no Brasil. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Brasília, DF. Disponível em: <https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/2574254/cafe-e-a-segunda-bebida-mais-consumida-no-brasil#:~:text=do%20consumo%20interno-,O%20cafezinho%20%C3%A9%20prefer%C3%AAncia%20nacional!,perdendo%20apenas%20para%20a%20%C3%A1gua.&text=outubro%20de%202014.-,No%20per%C3%ADodo%20pesquisado%2C%20o%20consumo%20interno%20de%20caf%C3%A9%20beneficiado%20no,para%2020%2C333%20milh%C3%B5es%20de%20sacas.> Acesso em: 4 abr. 2021.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2018). Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Brasília, DF. Disponível em: <https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira>. Acesso em: 4 abr. 2021.

ESTEVE, E. V. (2017). O negócio da comida: Quem controla nossa alimentação? 1º ed. São Paulo: Editora Expressão Popular.

FREDERICO, S. (2013). Cafeicultura científica globalizada e as montanhas capixabas: a produção de café arábica nas regiões do Caparaó e Serrana do Espírito Santo. Sociedade & Natureza, v. 25, n. 1, p. 7-20.

GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas.

GUIMARÃES, E. R. (2016). Terceira onda do café: base conceitual e aplicações. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal de Lavras, Lavras.

IANNI, O. (2004). Origens agrárias do Estado Brasileiro. São Paulo: Brasiliense.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2012). Manuais Técnicos em Geociências. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2ª ed. revista e ampliada. IBGE, Rio de Janeiro. 271p.

ICO - International Coffee Organization. (2021). World Coffee Consumption. Disponível em: http://www.ico.org/prices/new-consumption-table.pdf

LEFEBVRE, H. (1991). O direito à cidade. São Paulo: Moraes.

____________. (1999). A revolução Urbana. Belo Horizonte: UFMG.

MACEDO, F. C.; MAGALHÃES, D. F. (2011). Formação econômica do Espírito Santo: do isolamento econômico à inserção aos mercados nacional e internacional. Revista de História Regional, v. 16, n. 1, p. 61-69.

MARTINS, A. L. (2008). História do café. São Paulo: Contexto.

MASSINI, V. S.; DO VALE, C. C. (2018). A cobertura nacional, o potencial paisagístico e o turismo no Parque Nacional do Caparaó (ES/MG). Caminhos de Geografia, v. 19, n. 67, 253-267. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/39091> Acesso em: 02 jul. 2020.

MORESI, E. (2003). Metodologia da pesquisa. Brasília: Universidade Católica de Brasília.

MORIN, E. (1991). Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget.

O CACHOEIRANO. (1882). Espírito Santo, edição 45, 5 nov., p. 2.

O CACHOEIRANO. (1887). Espírito Santo, edição 36, 4 set., p. 1.

O CACHOEIRANO. (1913). Espírito Santo, edição 26, 20 jul., p. 2-3.

PEREIRA, S. P.; BARTHOLO, G. F.; GUIMARÃES, P. T. G. (2004). Cafés especiais: iniciativas brasileiras e tendências de consumo. Belo Horizonte: EPAMIG.

SANTOS, E. M. B. (2013). Parque Nacional do Caparaó: histórias de um lugar. Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña (HALAC) revista de la Solcha, v. 3, n. 1, p. 117-143.

SANTOS, J. A.; SIMÃO, J. B. P. (2015). Avaliação de conformidade da agricultura do Caparaó Capixaba nos processos de produção integrada visando a certificação de café. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 10, n. 2, p. 261-270.

SANTOS, W. M. dos; FARIA, L. R.; ROCHA, A. F. M.; VALE, L. S. R.; KRAN, C. DA S. (2020). Sistema agroflorestal na agricultura familiar. Revista UFG, v. 20, n. 26.

SCHNEIDER, S. (2005). A pluriatividade e o desenvolvimento rural brasileiro. Cadernos do CEAM, Brasília, v. 5, n. 17, p. 23-42.

SIC. Coffee of the Year 2020. (2020). Semana Internacional do Café, Minas Gerais: Café Editora. Disponível em: <https://semanainternacionaldocafe.com.br/coffee-of-the-year> Acesso em: 16 jan. 2021.

SILVA, E. C.; GUIMARÃES, E.R. (2012). A Terceira Onda do Consumo de Café. Bureau de Inteligência Competitiva do Café, Lavras.

SIMÃO, J. B. P. et al. (orgs.). (2017). Cafeicultura do Caparaó: Resultados de Pesquisas. Alegre, ES: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, 232 p.

SKEIE, T. R. (2002). Norway and coffee. The Flamekeeper, Spring, p. 2-5.

SOARES, C. M. P. (2013). Hospitalidade virtual: uma tentativa de compreensão. Revista Hospitalidade, v. X, n. 2, p. 213 - 233.

SOLLA, X. M. S. Turismo rural. Tendências e perspectivas. In: Irving, M. de A., Azevedo, J.; Lima, M. A. G. (Org.). Turismo: ressignificando sustentabilidade. (2018). Rio de Janeiro: Folio Digital Letra e Imagem.

TAVARES, B. C.; SANTOS, A. B. P. dos. (2020). Turismo pós-pandemia: a ruralidade como alternativa e oportunidade. In: Caderno de resumos do Seminário Turismo & Inovação “Os impactos da Covid-19 e a recuperação da atividade do turismo”, ECA/USP, Universidade de São Paulo.

TUAN, Y. (1990). Topophilia: A study of environmental perceptions, attitudes and values. New York: Columbia University Press.

YAZIGI, E.; CARLOS, A. F. A.; CRUZ, R. de C. A. (1996). Turismo: espaço, paisagem e cultura. São Paulo: Hucitec.

Downloads

Publicado

2022-03-17

Como Citar

Carvalho Tavares, B., & Argollo Ferrão, A. M. de. (2022). APONTAMENTOS SOBRE A ARQUITETURA DE CAFÉS ESPECIAIS NO CAPARAÓ CAPIXABA. GEOgraphia, 24(52). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i52.a50112

Edição

Seção

Artigos