GUAPIAÇU RIVER:

Auteurs

  • Thiago Wentzel Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rio de Janeiro, RJ, Brasil

##plugins.pubIds.doi.readerDisplayName##:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2022.v24i53.a51642

Mots-clés:

Justiça Ambiental, Barragem do Guapiaçu, necropolítica, deslocamento espacial, Des-re-territorialização

Résumé

O presente trabalho analisa a retomada do antigo projeto da construção de uma barragem no Rio Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu/RJ, pelo governo do estado do Rio de Janeiro.  No entanto, o atual projeto da barragem (2010), apresenta nuances com relação ao projeto anterior (2005), pois teve o eixo de construção alterado. Apesar de o deslocamento espacial do eixo da barragem ser “discreto”, sendo apenas direcionada para uma posição mais a jusante, essa ação trouxe à tona profundas implicações sócio-espaciais, uma vez que o novo eixo acometerá assentamentos rurais, e promoverá a des-re-territorialização de centenas de famílias camponesas. Observa-se no deslocamento espacial que consolidou o novo eixo “Guapiaçu Jusante” como a melhor opção, que além dos aspectos hidro-geológicos, o preço da terra, ou seja, os custos inerentes às desapropriações foram seminais para tal decisão. Ação essa que delimitou uma cartografia onde “quem ganha e quem perde” é encerrada na perda dos camponeses, pois muitos ainda não têm sequer a titularidade da terra. Este trabalho está lastreado nos referenciais analíticos da justiça ambiental e da necropolítica que serão conceitualmente escrutinados neste manuscrito.  

##plugins.generic.usageStats.downloads##

##plugins.generic.usageStats.noStats##

Biographie de l'auteur

Thiago Wentzel, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Doutorando em Geografia (PPGG/UFRJ). E-mail: wentzel_bio@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0753-7631.

Références

ACSELRAD, H. Apresentação. (2005) In: ZHOURI, A, LACHEFSKI, K (Orgs.). A insustentável leveza da política ambiental; desenvolvimento e conflitos socioambientais. Belo Horizonte: Autêntica.

ACSELRAD, H. (2006) Tecnologias sociais e sistemas locais de poluição. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 12, n. 25, p. 117-138, jan./jun.

ACSELRAD, H.; MELLO, C. C. A.; BEZERRA, G. N. (2009) O que é Justiça Ambiental. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2009.

ACSELRAD, H. (2010) Ambientalização das lutas sociais – o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos Avançados. 24 (68).

AGB. (2014) Relatório sobre a proposta de construção da barragem do Rio Guapiaçu – Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. Associação dos Geógrafos do Brasil, Seção Rio de Janeiro – Niterói.

BECK, U. (2003) Liberdade ou capitalismo: Ulrich Beck conversa com Johannes Willms. São Paulo. Editora UNESP.

BECK, U. (2016) Sociedade de risco: Rumo a uma outra modernidade. Editora 34. São Paulo.

BRASIL, Ministério Público Federal. (2013) Procuradoria da República no município de São Gonçalo – RJ. Inquérito Civil Público nº 1.30.020.000325/2012-10.

BULLARD, R. (2000) Dumping in Dixie: race, class and environmental quality. Boulder, Westview Press.

CASANOVA, P. G. (1995) O colonialismo global e a democracia. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira.

DANTAS, J. R. C. (2008) Impactos ambientais na bacia hidrográfica de Guapi/Macacu e suas consequências para o abastecimento de água nos municípios do leste da Baía de Guanabara. Série gestão e planejamento ambiental. Rio de Janeiro: CETEM/MCT.

ECOLOGUS-AGRAR. (2005) Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.

EMBRAPA. (2009) Consumo e Abastecimento de Água nas Bacias Hidrográficas dos Rios Guapi-Macacu e Caceribu. Rio de Janeiro.

FEARNSIDE, P. (2015) Hidrelétricas na Amazônia: impactos ambientais e sociais na tomada de decisões sobre grandes obras. - Manaus: Editora do INPA.

FOUCAULT, M. (1999) Em defesa da sociedade: Curso no Collége de France (1975-1976). São Paulo. Martins Fontes.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. (2013) Decreto 44.457 de 01 de novembro de 2013. Rio de Janeiro: Diário Oficial.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. (2014) Secretária do Ambiente (SEA) - Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro - PERHI.

HANNIGAN, J. (2009) Sociologia ambiental. Vozes. Petrópolis, RJ.

HARVEY, D. (2014) Seventeen contradictions and the end of capitalism. Oxford university press. New York.

HERCULANO, S. (2008) O clamor por justiça ambiental e contra o racismo ambiental. Revista de gestão integrada em saúde do trabalho e meio ambiente. V. 3. Nº1. Artigo 2.

LEONEL, M. (1988) A morte social dos rios: Conflito, natureza e cultura na Amazônia. São Paulo. Perspectiva.

LEFF, E. (2001) Saber ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ. Vozes.

LOPES, J. S. L. (2006) Sobre processos de “ambientalização” dos conflitos e sobre dilemas de participação. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre. N. 25. p. 31 – 64.

MARTÍNEZ-ALLIER, J. (2008) Perfis metabólicos dos países e conflitos de distribuição ecológica. In: Território, Ambiente e Saúde. MIRANDA, A.; BARCELOS, C (Orgs). Editora Fiocruz. Rio de Janeiro. pp. 117 – 141.

MARTÍNEZ-ALLIER, J. (2012) O ecologismo dos pobres: Conflitos ambientais e linguagens de valoração. Editora Contexto. São Paulo.

MBEMBE, A. (2018) Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo. n-1 Edições.

MEDEIROS, L., LOPES, J. L. S. (2004) Os impactos dos assentamentos rurais no estado do Rio de Janeiro. In: MEDEIROS, L., LEITE, J. S (orgs.). Assentamentos rurais, mudança social e dinâmica regional. Rio de Janeiro: Manuad. pp. 141 – 187.

MEDEIROS, L. (2015) Levantamento de conflitos no Estado do Rio de Janeiro. (Relatório de Pesquisa). Dez anos de luta pela terra: 1969-1979. São Paulo: CEDEC/ABRA/CPDA-UFRRJ, 1983.

PAES, T. V.; SILVA, T. M. (2017) Indicadores Geomorfológicos de Controles Litológicos e/ou estruturais – Bacia do Rio Guapi-Açu, Cachoeiras de Macacu (RJ). Revista de Geografia – PPGEO - UFJF. Juiz de Fora, v.7, n.2, (Jul-Dez) p.107-123.

PENHA, T. V.; PRADO, R.B.; WENER, F.; PENEDO, S. (2012) Mapeamento de índice de qualidade de zonas ripárias em sub-bacias sob diferentes usos da terra no município de Cachoeiras de Macacu-RJ. In: Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, 4º, Bonito, MS. Anais. Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.1116-1126.

PIRES, I.; BOHRER, C. B.; KELECOM, A. (2008) Estudo integrado da bacia hidrográfica do Rio Guapiaçu no município de Cachoeiras de Macacu, sub-bacia leste da Baía de Guanabara, Estado do Rio de Janeiro (Brasil). Mundo & Vida, vol 9 (2).

PORTO-GONÇALVES, C. W. (2013) A globalização da natureza e a natureza da globalização. Civilização brasileira. Rio de Janeiro.

QUIJANO, A. (2005) Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, p. 227-278.

ROBBINS, P. (2007) Political ecology: A critical introduction to geography. Blackwell publishing. Oxford/UK.

ROBERTS, T.; TOFFOLON-WEISS, M. (2002) North American conceptions of environmental justice. In: Direito e Justiça Ambiental. MADEIRA-FILHO, W. (Org.). Editora PPGSD/UFF. Niterói. pp. 23 – 37.

SANTOS, B. S. (2010) Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez.

SIGAUD, L. (1992) “O efeito das tecnologias sobre as comunidades rurais: o caso das grandes barragens”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 18, ano 7, fev.

SOUZA, M. L. (2000) O desafio metropolitano. Um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas metrópoles brasileiras. Rio de Janeiro: Bertrand Russel.

SOUZA. M. L. (2015a) Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil [2013].

SOUZA, M. L. (2015b) Proteção ambiental para quem? A instrumentalização da ecologia contra o direito à moradia. Mercator, Fortaleza, v. 14, n. 4, Número Especial, p. 25-44, dez.

SOUZA, M. L. (2017) Estudando conflitos e impactos (socio)ambientais: Sugestões desassombradas para espíritos valentes. Petrópolis. Mimeo.

SVAMPA, M; VIALE, E. (2014) Maldesarollo: La Argentina Del extractivismo y el despojo. Buenos Aires. Kat editores.

UFF. (2010) Planejamento Estratégico da Região Hidrográfica dos Rios Guapi-Macacu e Caceribu- Macacu. Niterói, RJ: UFF/FEC (Coordenadoria de Estudos de Engenharia CEE).

VIVEIROS DE CASTRO, E.; ANDRADE, L. M. A. (1988) As hidrelétricas do Xingu e os povos indígenas. Comissão Pró-Índio de São Paulo.

WALKER, G.; BURKELEY. H. (2006) Geographies of environmental justice. Geoforum, vº 37, Issue 5, September, pp. 655-659.

WALLERSTEIN. I. (2001) Capitalismo histórico e civilização capitalista. Rio de Janeiro. Contraponto.

##submission.downloads##

Publiée

2022-07-22

Numéro

Rubrique

Artigos