A face reconhecível do medo: domesticação e redenção do monstro animal em O Exorcista

Autores

  • Marcia Heloisa Amarante Gonçalves Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v18i35.32941

Palavras-chave:

Animalidade, monstruosidade, domesticação, psicopompo

Resumo

Este artigo analisa a função das características animais na transformação de humano para monstruoso no filme O Exorcista, baseado no best-seller homônimo de William Peter Blatty. Lançado em 1973, o filme permanece uma das realizações mais perturbadoras do cinema de horror, bem como uma obra seminal do subgênero demoníaco. As narrativas de horror descrevem uma jornada na qual o animal, em virtude de sua presença ubíqua em nossas vidas, frequentemente atua como um psicopompo. Embora a representação da animalidade como marca de vilania tenha sido nociva a nossa percepção de alguns animais, ela não obstante contribuiu para a reflexão sobre a relação homem-animal. As narrativas de horror permanecem o espaço fundamental da animalidade nas obras de ficção por sua capacidade de reunir representações arquetípicas, convidando leitor/espectador a experimentar um confronto vicário com medos reprimidos. Este artigo propõe uma reflexão sobre a animalidade como via de reintegração do Eu, defendendo a permanência dos monstros animais no horror.

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Biografia do Autor

Marcia Heloisa Amarante Gonçalves, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutoranda em Literatura Comparada na UFF, onde desenvolve o projeto de pesquisa “Guia sombrio da alma: o monstro como psicopompo no horror moderno”. O trabalho investiga a relevância cultural do horror, analisando figurações monstruosas literárias e cinematográficas em obras seminais do gênero.  É tradutora literária e Mestre em Literaturas de Língua Inglesa (UFF, 2012). Co-organizou (com Mark Chekares) uma coletânea de artigos selecionados, apresentados no encontro anual “Monsters and the Monstrous”, realizado em Oxford, Inglaterra. O volume, com o título provisório Monsters Unbound: The Evolution of Monstrosity across Culture and Time, sairá pela Inter-Disciplinary Press.

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Publicado

2013-12-31

Como Citar

Gonçalves, M. H. A. (2013). A face reconhecível do medo: domesticação e redenção do monstro animal em O Exorcista. Gragoatá, 18(35). https://doi.org/10.22409/gragoata.v18i35.32941