A pequena família guineana: abordagem discursiva do continuísmo histórico num discurso pela independência
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v18i34.32975Palavras-chave:
pequena família, independência, Guiné Equatorial, Análise do Discurso, HispanidadeResumo
O propósito deste trabalho é analisar o discurso oficial pela independência da Guiné Equatorial pronunciado por um mandatário espanhol, representante do ditador Francisco Franco, no 12 de outubro de 1968. Esse pronunciamento faz parte de uma pesquisa maior que se propõe a explicitar a noção de Hispanidade. O 12 de outubro, data da chegada de Cristóvão Colombo na América, conhecida como ‘descoberta’ da América, foi justamente escolhido pelas autoridades guineanas daquele momento para comemorar a independência da jovem nação africana. A essa peculiaridade soma-se o fato da Guiné Equatorial ser a única nação africana que tem como língua maioritária oficial o espanhol. Guiados pela visão dialógica bakthiniana, adotamos como marco teórico a Análise do Discurso (AD) que considera os estudos enunciativos. Observamos uma rede de filiações identitárias que se tecem entre a Mãe pátria e a ex-colônia africana. A instância subjetiva que se manifesta num tom de exaltação está em consonância com um continuísmo histórico no que diz respeito à língua espanhola e a valores morais perpassados pela religião cristã. Isso se faz patente sobre tudo na reescritura do processo da colonização espanhola.
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