Uma boa mãe de família chicana: a práxis cotidiana na série "Brown Angel Mysteries", de Lucha Corpi

Autores

  • Carla Portilho Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v17i33.33019

Palavras-chave:

policial chicana, práxis cotidiana, mitos

Resumo

As práticas cotidianas marcam presença na série policial Brown Angel Mysteries, da escritora chi­cana Lucha Corpi. Com base na teoria de Michel de Certeau sobre a práxis cotidiana, desenvolvida em A invenção do cotidiano, este artigo propõe­-se a discutir de que modo os usos e fazeres do dia-a-dia, como o trabalho doméstico e os mitos e crenças herdados da tradição mexicana, repre­sentam um meio de opor resistência às práticas socioculturais dominantes, assim como seu papel político como uma tática por meio da qual as co­munidades marginalizadas representadas buscam se (re)apropriar de um espaço cultural, político e socioeconômico, adquirindo novos significados no espaço de confronto entre o centro de poder e a periferia. Por meio da caracterização da protago­nista da série, Gloria Damasco, Lucha Corpi abre o gênero policial à diversidade cultural, oferecendo uma percepção não-eurocêntrica da realidade, que aceita como real o conhecimento que vem de fontes intangíveis como os sonhos, as visões, a intuição e a percepção extra-sensorial. Essas experiências não-racionais se entrelaçam à presença de mitos fundamentais para a cultura e memória chicanas – como La Llorona e La Malinche – para apresentar um enredo policial que subverte a lógica cartesiana da ficção detetivesca tradicional.

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Biografia do Autor

Carla Portilho, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Licenciou-se em Letras (Português/Inglês) na UFF, onde também concluiu o curso de especialização em Literaturas de Língua Inglesa, mestrado em Estudos de Literatura (Literaturas Hispânicas dos EUA) e doutorado em Literatura Comparada. Cumpriu estágio doutoral na University of California – Riverside, com bolsa PDEE da CAPES. É professora adjunta do Departamento de Letras Estrangeiras Moder­nas da UFF e membro de grupo de pesquisa “Habitando Moderni­dades: (crise da) memória, hierarquias opressivas, utopias possíveis” (diretório CNPq). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: literaturas em língua inglesa, estudos culturais, contraescrituras e li­teratura de massa.

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Publicado

2012-12-31

Como Citar

Portilho, C. (2012). Uma boa mãe de família chicana: a práxis cotidiana na série "Brown Angel Mysteries", de Lucha Corpi. Gragoatá, 17(33). https://doi.org/10.22409/gragoata.v17i33.33019

Edição

Seção

Artigos de Literatura