Ombres et Lumières de l'île dans <i>O Senhor da Ilhas</i>, de Maria Isabel Barreno
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v21i41.33429Palavras-chave:
Maria Isabel Barreno, Senhor das Ilhas, Cabo Verde, Cap-Vert, Paradoxos da insularidade, Paradoxes de l'insularité, Ilha e sacralidade, Île et sacralité, Ilha e feminidade, Île et féminité.Resumo
À mi-chemin entre le roman historique, la chronique et la fiction, O Senhor das Ilhas retrace par la voix narrative et fictive de deux de ses enfants, l’histoire aventureuse et tourmentée de Manuel António Martins, le véritable trisaïeul de l’auteure de cet ouvrage. Le roman fait ressurgir du passé l’histoire de plusieurs générations d’une famille coloniale portugaise installée dans l’archipel du Cap-Vert dont les îles forment le décor, parfois idyllique, souvent terrifiant selon les épisodes, d’une saga qui s’étend entre le XVIIIème et le XIXème siècles. En revenant sur un passé familial qu’elle a un temps renié, Maria Isabel Barreno opère avec ce roman une sorte de réconciliation personnelle avec son ancêtre paternel, colon et esclavagiste certes, mais également homme des Lumières, entreprenant, courageux et humain. Les ombres qui entourent ce personnage se dissolvent en partie dans la lumière des îles, laissant apparaître une réalité qui n’est peut-être pas tout à fait conforme à l’Histoire mais qui semble dire que la condition d’insulaire et d’insularité porte en elle des paradoxes qu’il importe de mesurer à l’aune d’une sacralité tout à la fois religieuse et païenne.
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Luzes e sombras da Ilha em O Senhor das Ilhas, de Maria Isabel Barreno
Situado entre o romance histórico, a crónica e a ficção, O Senhor das Ilhas relata, pela voz narrativa e fictícia de dois dos seus filhos, a história aventurosa e atormentada de Manuel António Martins, o verdadeiro trisavô da autora. O romance ressuscita de um passado esquecido a história de várias gerações de uma família de colonos portugueses instalados no arquipélago de Cabo Verde cujas ilhas formam o cenário, ora idílico, ora terrificante, de uma saga que se estende entre 1780 e 1840. Voltando para um passado familial que ela tinha rejeitado durante a sua juventude, Maria Isabel Barreno « reconcilia-se » graças a este romance com o antepassado paterno, colono e dono de escravos, mas também homem das Luzes, enpreendedor, corajoso e humanista. As sombras que rodeiam esta personagem dissolvem-se parcialmente na luz das ilhas, deixando transparecer uma verdade que talvez não se conforme exatamente com a história oficial, mas que parece dizer que a condição de insularidade traz em si paradoxos que se pretendem avaliar pelo prisma de uma sacralidade tão religiosa como pagã.
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Artigo em francês.
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