Diversidade linguística, direitos linguísticos e planificação linguística em Moçambique: problemática e desafios na adoção da língua de instrução no ensino e aprendizagem
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v22i42.33469Palavras-chave:
Diversidade Linguística. Direitos Linguísticos. Língua de ensino.Resumo
Moçambique é um país multilíngue, plurilíngue e multicultural, onde cerca de 20 línguas são classificadas como Bantu, com características específicas, mas correlatas. Destas, a mais falada é usada por 26 % da população, uma das razões por que Moçambique está entre os vinte e cinco países africanos com diversidade linguística acentuada. A questão que se coloca é que língua adotar para o ensino de modo a que se respeitem os direitos linguísticos de cada indivíduo de receber a educação na sua língua materna. Para respondê-la, (1) discutimos a adoção do português como única língua de ensino e disciplina desde o período pós-independência, (2) analisamos criticamente os dois modelos de educação (monolíngue e bilíngue) e (3) propomos estratégias como desafio rumo à melhoria do processo de ensino e aprendizagem do país. A pesquisa bibliográfica e a introspeção embasam o estudo, que conduz ao posicionamento de que Moçambique precisa de um modelo que promova um bilinguismo inicial desde os primeiros anos de escolaridade, prevendo continuidade no uso das línguas bantu nas classes subsequentes ao ensino primário, distintamente do que tem ocorrido no ensino moçambicano. Para tal, é preciso incutir conhecimentos sólidos nos formandos dos Institutos de Formação de Professores (IFP) na matéria de educação bilíngue, sem esquecer de capacitar os professores em exercício na mesma matéria, oferecendo ao cidadão moçambicano o gozo de parte dos direitos linguísticos estabelecidos em 1996 pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n42a906
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