Walter Benjamin e o contador de histórias: (re)fundação do conto como gênero crítico
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v22i43.33500Palavras-chave:
Conto como Gênero. Crítica. Produtividade Reflexiva. Experiência. Modernidade.Resumo
Contemporâneo de Dostoievski e de Tolstoi, Nicolai Leskov viveu e escreveu na época de apogeu do romance russo do século XIX. Entretanto, ao caracterizá-lo, logo nas primeiras linhas de seu célebre ensaio de 1936, Walter Benjamin o assimila à figura arcaica do contador de histórias, cujas origens pré-modernas se enraízam na tradição oral, na transmissibilidade da experiência de vida (Erfahrung), a qual estaria irremediavelmente perdida no mundo moderno. Assim, ele situa Leskov num passado anterior ao da modernidade que, no século XIX, encontra sua expressão literária no romance burguês. O anacronismo não é arbitrário: o contista russo se serve, de fato, de formas narrativas tradicionais que se alimentam de um farto material popular, e em particular da tipologia do conto de fadas. Entretanto, a partir da leitura de seus contos, Benjamin propõe a fundação de um novo gênero, radicalmente moderno, sobre as ruínas da arte de contar histórias. Para isto, ele explora e potencializa a produtividade reflexiva instaurada pela narrativa tradicional não apenas teoricamente, num ensaio crítico, mas também numa instigante produção ficcional.
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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n43a934.
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