O que há para ultrapassar na noção saussuriana de signo? De Saussure a Benveniste

Autores

  • Valdir do Nascimento Flores Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v22i44.33546

Palavras-chave:

signo linguístico, arbitrariedade linguística, semiologia.

Resumo

Este trabalho busca examinar os efeitos do pensamento de Ferdinand de Saussure na elaboração teórica de Émile Benveniste a partir de uma noção específica: a de signo linguístico. Muitos já se dedicaram a essa discussão e, quase sempre, o viés assumido enfoca a questão da arbitrariedade. O ponto de partida é, geralmente, o artigo de Benveniste, de 1939, “Nature du signe linguistique”, no qual é desenvolvida uma crítica à demonstração da arbitrariedade presente no Curso de linguística geral (CLG). Procura-se aqui, no entanto, outro viés de abordagem: compreender como opera a crítica de Benveniste na constituição de uma abordagem própria da questão. Desenvolve-se a hipótese de que Benveniste, embora admita a noção de signo de Saussure, a reformula de forma a propor um entendimento próprio da noção de signo linguístico. Enfim, há elementos para se supor que Benveniste inclui a visão saussuriana de signo na elaboração de uma visão própria do signo linguístico, sem, no entanto, conservá-la na íntegra.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n44a969

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Biografia do Autor

Valdir do Nascimento Flores, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor de Linguística do PPG-Letras da UFRGS. Pesquisador Pq-CNPq. Professor Titular em Língua Portuguesa do Instituto de Letras da UFRGS. Foi professor convidado na École Normale Supérieure - Paris/França, onde ministrou curso sobre a Recepção de Saussure e Benveniste no Brasil. Ministrou aulas também na Université de Paris III, como professor convidado.Possui Graduação em Letras, Mestrado em Letras (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992), Doutorado em Lingüística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1997), Pós-doutorado, com bolsa do CNPQ, sob a direção de Dominique Ducard, na Université de Paris XII-Val-de-Marne, e Pós-doutorado, com bolsa da CAPES, sob a direção de Claudine Normand, na Université de Paris X - Nanterre. É professor/orientador do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRGS. Foi Coordenador do Programa de Pós-graduação em Letras (Mestrado e Doutorado) , entre 2011 e 2013.. Frequentou, nos anos 2008, 2009 e 2010, na École Normale Supérieure, o seminário de Antoine Culioli sobre a Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas. Estudou junto ao Groupe de Recherche en Histoire de la Linguistique (GRHIL), em Paris, sob a direção de Claudine Normand. Coordenou a elaboração do Dicionário de Lingüística da Enunciação (Editora Contexto). Coordenou a tradução brasileira do livro Dernières Leçons de Émile Benveniste. Coordenou o grupo de professores que elaborou a proposta de criação do Curso de Fonoaudiologia da UFRGS. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística da Enunciação. Os temas de suas pesquisas circunscrevem-se a dois campos: a Fonoaudiologia e a Linguística da Enunciação. Na Fonoaudiologia, tem se dedicado a estudos sobre distúrbios de linguagem com etiologia orgânica definida, em especial, distúrbios articulatórios atribuíveis a comprometimentos orgânicos associados (as malformações crânio-faciais como as fissuras lábio-palatinas, por exemplo), e a estudos sobre distúrbios de linguagem sem etiologia orgânica associada (desvios fonológicos, alterações da fluência, etc) (cf. projeto PQ-CNPq). É Pesquisador do CNPq desde 1999. No campo da Linguística da Enunciação, dedica-se ao estudo das teorias de Émile Benveniste, Henri Meschonnic e Antoine Culioli.

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Publicado

2017-12-22

Como Citar

Flores, V. do N. (2017). O que há para ultrapassar na noção saussuriana de signo? De Saussure a Benveniste. Gragoatá, 22(44), 1005-1026. https://doi.org/10.22409/gragoata.v22i44.33546