A mitologia do ornamento e a “lição” do animal: Humboldt nas cataratas do Orenoco
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v23i47.33600Palavras-chave:
Alexander von Humboldt, Colonialismo, Antropologia, Coleção, Ornamento.Resumo
O presente texto consiste em uma versão adaptada da apresentação que fiz durante o Seminário Monstruosas Organizações em 2017, em que retomo análises sobre o americanista Alexander von Humboldt. Existem passagens de seu Quadros da Natureza em que se constatam camadas de um discurso antropológico, quando o ornamento das urnas funerárias indígenas é visto em favor de um foco nas linhas de contato da natureza e cultura, para se transformarem na orquestração de uma mitologia interna à fantasia humana. No entanto, para além da escavação humboldtiana de um “pensamento selvagem” por meio das condições simbólicas do ornamento, há uma camada abafada em sua perspectiva antropológica que marca, no espaço colonial, uma ambivalência. Graças ao papagaio que Humboldt encontra nas cataratas do Orenoco, a língua dos extintos índios aturianos ganha contorno, constituindo os acordes do que se poderia chamar “lição” do animal.
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