A física da literatura: concretude, imaginação e contenção em Antonio Candido
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v23i47.33604Palavras-chave:
literatura latino-americana, literatura regionalista, subdesenvolvimento, primitivismo, imaginação.Resumo
Desenvolvo, neste trabalho, apontamentos sobre Os parceiros do Rio Bonito (1964), de Antonio Candido, destacando a ideia de que a cultura caipira estaria em vias de desaparecimento. Traço paralelos entre tal diagnóstico e a leitura que Antonio Candido faz d'Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, considerando especialmente o artigo “Euclides da Cunha, o sociólogo” (1952). Avanço, então, no sentido de alguns questionamentos acerca das funções atribuídas à literatura por Candido, especialmente no que se refere ao contexto latino-americano, marcado pelo subdesenvolvimento, recorrendo a aspectos da Formação da Literatura Brasileira (1959) e ao ensaio “Literatura, espelho da América?” (1995). Pretendo lidar, assim, com os perigos que, para o autor, a própria literatura ocidental se via desafiada a enfrentar. Proponho, enfim, que Antonio Candido entende ser a literatura uma delicada operação que envolve forças diversas, como a da realidade concreta ou corpórea, a da sociabilidade, a força da imaginação e a força das próprias palavras e sua carga simbólica, configurando-se, em minha perspectiva, uma espécie de física da literatura. Para tanto, analiso comentários do autor acerca da zoofilia caipira, dos perigos da masturbação e da imaginação, comentários presentes na “Parte Complementar” d'Os parceiros do Rio Bonito.
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