A ciência monstruosa em 'Frankenstein': aspectos do pós-humano

Autores

  • Anderson Soares Gomes Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v23i47.33606

Palavras-chave:

Frankenstein, ciência, pós-humano.

Resumo

Este trabalho tem por objetivo investigar de que maneira as descobertas e o pensamento científico do final do século XVIII e início do século XIX (período conhecido como Segunda Revolução Científica) influenciaram a escrita do romance Frankenstein (1818), de Mary Shelley, assim como analisar como essa obra apresenta aspectos que contribuem para o estudo do pós-humano. Frankenstein foi escrito em meio a um contexto de profundas revoluções no pensamento filosófico-científico que informaram diversos elementos presentes no romance: as teorias sociais de William Godwin e Mary Wollstonecraft, as hipóteses sobre o princípio da vida de Erasmus Darwin, os experimentos com eletricidade de Luigi Galvani, entre outros. Por outro lado, em uma perspectiva contemporânea, Frankenstein é uma obra que inaugura vários aspectos que viriam a ser lidos pelo prisma do pós-humano. Ao descrever as possíveis (e terríveis) consequências da junção da esfera do humano com as do animal e do tecnológico, o romance problematiza a posição privilegiada do homem na natureza. Considerando as características físicas e biológicas do monstro, o desejo de Frankenstein em ultrapassar os limites da natureza, e a complexa relação de ambos os personagens no que se refere ao binômio desejo/liberdade, o romance pode ser lido como um dos grandes representantes do conceito de pós-humanidade na literatura.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2018n47a1173

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Biografia do Autor

Anderson Soares Gomes, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Professor adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Graduou-se em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2001. Tem mestrado em Literaturas de Língua Inglesa, também pela UERJ, e doutorado em Estudos Literários pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Concluiu seu pós-doutorado, sobre a influência da imagem técnica no cinema e na literatura contemporânea, também pela PUC-Rio. É membro dos seguintes grupos de pesquisa do CNPq: "Literatura e Comparativismo", "Discursos: História, Literatura e Memorialismo em interfaces contemporâneas" e "Habitando Modernidades: (crise da) memória, hierarquias opressivas e utopias possíveis". Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura contemporânea de língua inglesa, ficção científica, romances distópicos, interface discurso literário/discurso histórico e teorias contemporâneas da narrativa.

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Publicado

2018-12-29

Como Citar

Gomes, A. S. (2018). A ciência monstruosa em ’Frankenstein’: aspectos do pós-humano. Gragoatá, 23(47), 848-872. https://doi.org/10.22409/gragoata.v23i47.33606

Edição

Seção

Artigos de Literatura