O apocalipse revisto por Deus-dará
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v25i53.42724Resumo
Invertendo as figuras do mito da criação dos brasileiros pelos europeus, a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho focaliza o apocalipse como tropo não só tropicalista, mas perspectivista, mudando de posição para ver as diferenças e as partilhas deste espaço incomum que se abre entre os contrários na língua portuguesa. Este ensaio, em resposta à provocação de Deus-dará, revisita os lugares de nossa formação, revisando sobretudo os trânsitos que nos constituíram do ponto de vista da movência, dos jogos de linguagem e do fenômeno da simultaneidade, que tornam indecidível criação e destruição, ordem e desordem, fato e valor. O barroquismo que investe a língua portuguesa de um pendor estético, sensível na forma informe da obra de Alexandra, nas canções de Caetano Veloso e nos ensaísmo de Lévi-Strauss, provoca um deslocamento crítico nas discussões de base lusófona e lusotropicalista, reanimando o cenário reflexivo e político transatlântico com outros paradigmas sensíveis, imagéticos e simbólicos.
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