A variação na concordância de número no sintagma nominal no português rural da serra fluminense: deriva ou contato?
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i54.43239Palavras-chave:
Concordância nominal, Português rural, Variação linguística, Contato entre línguas, Deriva.Resumo
O artigo apresenta uma análise sociolinguística em tempo aparente da variação na concordância de número no Sintagma Nominal (SN), no português rural da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Foi observada a aplicação ou não da regra no SN como um todo, no que se denominou abordagem sintagmática ou não-atomística. A análise variacionista baseou-se em uma amostra de fala vernácula colhida na zona rural do município de Nova Friburgo, com 35 informantes de duas gerações, distribuídos pelos dois sexos. Os dados colhidos na amostra de fala foram submetidos ao processamento quantitativo de cálculo multivariado, com a utilização do programa GoldVarb, para identificar os condicionamentos sociais do fenômeno variável. Assumiu-se que a variação na concordância nominal de número é o resultado de uma mudança induzida pelo contato entre línguas ocorrida no passado, considerando a história sociolinguística do Brasil como um todo e particularmente o multilinguismo presente na história da região, que congregou colonos suíços e alemães, além de colonos portugueses e brasileiros e africanos escravizados. Portanto, a hipótese que norteou toda a análise foi a de que o mecanismo da concordância nominal teria se erodido no passado em função do contato linguístico e atualmente estaria se recompondo em função do nivelamento linguístico que caracteriza o português popular desde meados do século XX, no contexto da polarização sociolinguística do Brasil. Os resultados empíricos comprovaram que o contato entre línguas atuou fortemente na formação das variedades populares do português do Brasil, afetando principalmente os mecanismos gramaticais que não têm valor informacional.
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