Tell me Still, Angola the False Thing that is Dystopia

Autores

  • Solange Luis Instituto Superior de Ciências da Educação, ISCED-Huíla

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i55.47864

Resumo

Angola, me diz ainda a coisa falsa que é distopia

O livro de José Luis Mendonça Angola, me diz ainda reúne poemas de 1980 a 2016 que revelam uma constelação de imagens que expõem o sonho utópico angolano não realizado. Estes poemas podem ser entendidos como o que Walter Benjamin chamou de mônadas: objetos históricos (c.f. Benjamin) que, embora se baseiem nas experiências do poeta, cheios de significado, emoções, sentimentos e sonhos, acabam por reflectir um passado colectivo. Através destes poemas mônadas, sua poesia estabelece um diálogo com o passado.  O presente distópico do poeta é o de uma Angola distante do sonho manifestado na poesia insubmissa de Agostinho Neto e da Geração da Mensagem, que incitava à descolonização através da luta de libertação enquanto projetava uma nação utópica. Mendonça revisita a Geração da Mensagem  de Neto e seu apelo para descobrir Angola e assim desvenda uma nação com um sonho quebrado e um presente distópico, denunciando um futuro que ainda está por vir. As mônadas do poeta não são um sinal de prostração diante da distopia, mas de resistência ao conformismo – elas pretendem ser centelha da esperança (c.f.  Benjamin). Elas expõem a coisa falsa (c.f. Adorno), incitando o anseio por algo verdadeiro, lembrando ao leitor que a transformação é inevitável.

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Publicado

2021-05-01

Como Citar

Luis, S. (2021). Tell me Still, Angola the False Thing that is Dystopia. Gragoatá, 26(55), 689-717. https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i55.47864

Edição

Seção

v. 26 n. 55 (2021): Distopia na arte contemporânea: uma estética de resistência