Poesia e pensamento em Herberto Helder: o saber extremo irredutível de um discurso sem palavras
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v27i57.51190Palavras-chave:
Herberto Helder, Poesia, Pensamento, CorpoResumo
Neste ensaio, investigam-se semelhanças e diferenças entre o modo de proceder do pensar poético presente na obra do poeta português Herberto Helder e do pensar filosófico. Para isso, privilegia-se um tópico – o corpo e suas possíveis articulações ao pensamento e à linguagem – abordado na obra do poeta e na de alguns pensadores do campo da Filosofia, tais como: José Gil, Jean-Luc Nancy, Michel Foucault e Silvina Rodrigues Lopes. A respeito do pensar na poesia de Herberto Helder, delimitam-se os seguintes aspectos referentes ao pensamento e à constituição de um corpo na linguagem: o ritmo como discurso sem palavra; o saber do pensamento poético formulado como um saber extremo irredutível; as transformações da linguagem metafórica em Herberto Helder como singularização do pensamento poético e forma específica de articulação entre poesia e verdade, à diferença das verdades conceituais da filosofia; a construção verbal na poesia como formulação de um tecido textual atado por nós de pensamento, a partir dos quais resultam a construção de um corpo e de um mundo simbólicos. Por fim, a partir da conjunção entre esses tópicos da obra, propõe-se o entendimento da poesia de Herberto Helder como um amálgama de realidades entre si irredutíveis, em que se fundem corpo, mundo, linguagem e pensamento.
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