Demasiado humanos, mundanos e situados: universais, em língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v27i59.53940Palavras-chave:
Guimarães Rosa, Mia Couto, Teorias do pós-colonial, José SaramagoResumo
Este artigo aborda três autores de literaturas de língua portuguesa, procurando situá-los a partir de certos questionamentos, aportados por teorias do pós-colonial, e afinados com uma provocação lançada por Saramago, em um romance de 1986. Começo considerando essa provocação, no A jangada de pedra, sobre a integração de Portugal à Europa, ao Ocidente. A partir dela, faço alguns apontamentos sobre a função integradora pressuposta no nome canônico de Guimarães Rosa, que emergiu em um momento decisivo na modernização do país, articulando coisas conflituosas como o regional e o universal. Estudo possíveis similaridades entre o modelo canônico de Rosa e o de Mia Couto, que tendo atuado no processo de independência de seu país, foi ativo nessa transição modernizadora. Parece-me que teorias do pós-colonial, assim como a metáfora crítica de Saramago, ajudam a pensar certos contornos desses dois modelos universais, pertencentes a literaturas de ex-colônias de Portugal. Com o fim de esboçá-los, farei algumas observações sobre o projeto editorial do Antes das Primeiras estórias [2011], uma antologia póstuma de contos do jovem Guimarães Rosa, prefaciada por Mia Couto. Considerarei possíveis transferências do modelo de Rosa ao de Mia Couto.
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