Estados Unidos, China e Rússia: do triângulo amoroso ao casamento estável
DOI:
https://doi.org/10.0000/hoplos.v2i3.28242Resumo
No âmbito da competição entre EUA e URSS inerente à Guerra Fria, Henry Kissinger logrou negociações com os soviéticos a partir da estratégia da ‘diplomacia triangular’: engajou os EUA em uma aproximação com os chineses para exercer pressão a concessões por parte da URSS, levando ao período de détente. Frente ao contexto atual de intensificação na competição entre China e EUA e de uma aproximação sino-russa sem precedentes, o debate sobre o emprego dessa estratégia como dinâmica de relações entre grandes potências ressurgiu. Fazendo uma análise comparada qualitativa entre ambos os contextos, o artigo argumenta que o triângulo estratégico formado atualmente por China, EUA e Rússia diverge do contexto dos anos 1970: se os EUA conseguiram ser o pivô em uma relação de triângulo amoroso, segundo a classificação de Dittmer (1981), a configuração atual indica a estabilidade de um casamento estável entre China e Rússia, contrabalanceando a ameaça representada pelos EUA.
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