Negro é lindo: estética, identidade e políticas de estilo
DOI:
https://doi.org/10.22409/ppgmc.v12i3.26928Palavras-chave:
Cenas Musicais, Consumo Cultural, Estilo, Identidade NegraResumo
O Movimento Black Rio se configurou como uma cena musical de grandes proporções no Rio de Janeiro dos anos 1970, marcada pelo consumo da soul music e influenciada por uma produção massiva negra internacional. Nessa cena, foi desenvolvido um estilo diferenciado e afirmativo, que colocava em cheque formulações discursivas tradicionais sobre as produções culturais negras, ao mesmo tempo que exibia novas representações da negritude. Esse artigo propõe uma reflexão sobre essas políticas de estilo ligadas à cena do soul como forma de compreender as estratégias de produção de novas representações identitárias cuja retórica se confirmava no plano estético-celebratório a partir da combinação da moda, música, lazer, performance, estabelecendo um diálogo entre processos alternativos de subjetivação, condições de existência material e estratégias políticas alternativas contra o racismo.
Downloads
Referências
BAHIANA, Ana Maria. Importação e assimilação: rock, soul, discotheque. In. BAHIANA, Ana Maria; WISNIK, José Miguel; AUTRAN, Margarida. Anos 70 – Música Popular. Rio de Janeiro: Europa, 1980. p. 41-51.
______. Enlatando a Black Rio. In. Nada será como antes: MPB nos anos 70 – 30 anos depois. Rio de Janeiro: Editora Senac Rio, 2006. p. 303-310.
BLACK RIO, 1978
CANCLINI, Néstor Garcia. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2008.
CARILLO, Jesus. Entrevista com Beatriz Preciado. Revista Poiésis, n. 15, p. 47-71, jul. 2010.
CAVALCANTI, Lauro. Black-Breque: Estudo de um grupo "soul" em relação a adeptos do samba. In: Anais do 5º. Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), n.5, Nova Friburgo, Rio de
Janeiro, 1981. Disponível em:
<http://portal.anpocs.org/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=493%3Aanais-do-encontro-gt&catid=1066%3A5o-encontro&Itemid=376>. Acesso em: 20 mar. 2018
ESSINGER, Sílvio. Batidão: uma história do funk. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 2005.
FIGUEIREDO, Ângela. Fora do jogo: a experiência dos negros na classe média brasileira. Cadernos Pagu, n.23, julho-dezembro de 2004, pp.199-228.
FRIAS, Lena. Black Rio: o orgulho (importado) de ser negro no Brasil. Jornal do
Brasil, Rio de Janeiro, 17 jul. 1976. Caderno B, p. 1 e 4-6.
GIACOMINI, Sônia. A alma da festa: família, etnicidade e projetos num clube social da Zona Norte do Rio de Janeiro, o Renascença Clube. Belo Horizonte e Rio de Janeiro: UFMG e IUPERJ, 2006.
GOMES, Nilma Lino. Sem Perder a Raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
GONÇALVES, Maria das Graças. Subjetividade e negritude. Cadernos Penesb, n. 12, Rio de Janeiro/Niterói: Ed. ALTERNATIVA/EdUFF, 2010.
HALL, Stuart. Da diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.
HASENBALG, Carlos A. Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
HEBDIGE, Dick. Subculture: The Meaning of Style. Florence, KY, USA: Routledge, 1979.
NORONHA, Luiz. Malandros – Notícias de Um Submundo Distante. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
OLIVEIRA, Luciana Xavier de. A Cena Musical da Black Rio: estilo e mediações nos bailes soul dos anos 1970. Salvador: Edufba, 2018.
OSTENDORF, Berndt. Celebration or Pathology? Commodity or Art? The Dilemma of African-American Expressive Culture. Black music Research Journal, Vol. 20, N. 2, 2000, p. 217-236.
O SOUL, do Grito Negro à Caderneta de Poupança. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 mar. 1976, Caderno B, p. 5.
PINHO, Osmundo de Araújo. Etnografias do brau: corpo, masculinidade e raça na reafricanização em Salvador. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 127, jan. 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2005000100009/7816>. Acesso em: 20 fev. 2018.
RIBEIRO, Rita Aparecida da Conceição. Identidade e Resistência no Urbano: O Quarteirão do Soul em Belo Horizonte. 192 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
RISÉRIO, Antonio. Carnaval Ijexá: notas sobre afoxés e blocos do novo carnaval afrobaiano. Salvador: Corrupio, 1981.
SILVA, Daniela Fernandes G. O som da diáspora: a influência da black music norte-americana na cena black paulistana. Dissertação (Mestrado em Estudos Culturais) – Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, 2013. 320 f.
STRAW, Will. Systems of articulation, logics of change: scenes and communities in popular music. Cultural Studies, v. 05, n. 03, p. 361 – 375, Oct. 1991.
TAVARES, Júlio César. Diáspora Africana: A Experiência Negra de Interculturalidade. Cadernos Penesb, n. 10, Rio de Janeiro/Niterói: EdUFF, 2010, p. 77-86. Disponível em: <http://www.uff.br/penesb/images/publicacoes/PENESB%2010.pdf>. Acesso em: 04 mar. 2018.
TROTTA, Felipe. Cenas musicais e anglofonia: sobre os limites da noção de cena no contexto brasileiro. In: Cenas musicais. Simone Pereira de Sá e Jeder Janotti Jr. (orgs.). São Paulo: Anadarco, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).