Definição pela exclusão: apontamentos iniciais sobre os limites epistemológicos dos programas infantis
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38523Palavras-chave:
Programa infantil, televisão, infância, eurocentrismo.Resumo
A definição de “programa infantil” é tida como dada na cultura contemporânea. Todavia, essa categoria se complexifica se considerarmos o fato de que muitas crianças não consomem “programas infantis” ou os consomem de forma bastante modesta, ao passo que frequentemente têm acesso a diversificados produtos “de adulto”. Por isso, nossa proposta é compreender os limites e o caráter excludente do que se entende como programa infantil para, em momento posterior, entendermos como esses limites atuam na construção da infância contemporânea. Defendemos que é necessário uma mudança de olhar que considere a criança um indivíduo reativo e crítico e que leve em conta 1) o caráter eurocêntrico dos programas infantis e 2) a relação simbiótica necessariamente construída entre os programas infantis contemporâneos e a cultura mercantil.
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