Definição pela exclusão: apontamentos iniciais sobre os limites epistemológicos dos programas infantis

Autores

  • Ariane Diniz Holzbach Universidade Federal Fluminense
  • Wagner Dornelles PPGCOM-UFF

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38523

Palavras-chave:

Programa infantil, televisão, infância, eurocentrismo.

Resumo

A definição de “programa infantil” é tida como dada na cultura contemporânea. Todavia, essa categoria se complexifica se considerarmos o fato de que muitas crianças não consomem “programas infantis” ou os consomem de forma bastante modesta, ao passo que frequentemente têm acesso a diversificados produtos “de adulto”. Por isso, nossa proposta é compreender os limites e o caráter excludente do que se entende como programa infantil para, em momento posterior, entendermos como esses limites atuam na construção da infância contemporânea. Defendemos que é necessário uma mudança de olhar que considere a criança um indivíduo reativo e crítico e que leve em conta 1) o caráter eurocêntrico dos programas infantis e 2) a relação simbiótica necessariamente construída entre os programas infantis contemporâneos e a cultura mercantil.

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Biografia do Autor

Ariane Diniz Holzbach, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Comunicação pelo PPGCOM-UFF com pós-doutorado em História Política (UERJ). Professra de Estudos de Mídia e do PPGCOM-UFF.

Wagner Dornelles, PPGCOM-UFF

Mestre e doutorando pelo PPGCOM-UFF.

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Publicado

2020-02-19

Como Citar

Holzbach, A. D., & Dornelles, W. (2020). Definição pela exclusão: apontamentos iniciais sobre os limites epistemológicos dos programas infantis. Revista Mídia E Cotidiano, 14(1), 117-132. https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38523