Espetáculo à mesa: midiatização da cozinha nos reality shows de gastronomia
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v14i2.40326Palavras-chave:
Espetáculo, Midiatização, Gastronomia, Cultura.Resumo
Os reality shows tem conferido uma visibilidade midiática ao tema da gastronomia, configurando-se numa estratégia convidativa para unir dois fortes elementos: o comer e o jogar. O estudo analisou sobre como a cozinha, em um cenário midiático, se tornou um espetáculo televisivo contemporâneo. Desta problematização, observou-se que o reality show gastronômico é a construção de um ideal de cozinha mediada por imagens e, portanto, feita para os olhos, numa frágil concepção mítica que investe no comer pela via imagética. Assim, a cozinha midiática pode ser compreendida como a concretização do espetáculo, sob a perspectiva de Guy Debord, apresentada de forma maquiada e distante da realidade que não pode ser alcançada, exceto por uma experiência vicária.Downloads
Referências
AMARAL, Renata Maria do. Contra a gourmetização da vida. Art Fliporto - Revista de cultura e ensaios, v.3, p. 118-123, 2013.
BARTHES, Roland. Cocina ornamental. In: BARTHES, Roland. Mitologías. Madri: Ed. Siglo XXI, p.78, 2009.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2007.
BRAGA, José Luíz. Sobre mediatização como processo interacional de referência. In: Encontro anual da compós - Anais, Bauru: Compós, 2006.
CANESQUI, Ana Maria. Pesquisas qualitativas em nutrição e alimentação. Revista de Nutrição, v. 22, n. 1, p. 125-139, 2009.
COLLINS, Kathleen. Watching What We Eat: The evolution of television cooking shows. New York: Continuum, 2009.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
DORTIER, Jean-François. Dicionário de Ciências Humanas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.
FISCHLER, Claude. El (h)omnívoro: el gusto, la cocina y el cuerpo. Barcelona: Editorial Anagrama, 1995.
RIGOTTI, Francesca. A filosofia na cozinha. São Paulo: Ideias & Letras, 2016.
GO FOOD. Entrevista com Paola Carosella. Programa Salomão Schvartzman. YouTube. 22 de nov de 2016. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=5UWavpZV3Jo>. Acesso em: 25 mar de 2018.
GOMES, Pedro Gilberto. Midiatização: um conceito, múltiplas vozes. Revista FAMECOS, v. 23, n. 2, p. 1, 2016.
GUPTILL, Amy E; COPELTON, Denise A; LUCAL, Betsy. Food and Society: Principles and Paradoxes. 1. ed. Malden, MA: Polity Press, 2013.
HAN, Byung-Chul. La sociedad de la transparencia. Barcelona: Herder, 2013.
JACOB, Helena Maria Afonso. Gastronomia, culinária e mídia: estudos dos ambientes midiáticos e das linguagens da comida e da cozinha. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - São Paulo, 2013.
JACOB, Michelle. O sabor em Roland Barthes: literatura e alimentação. In: MARQUES, Alfredo Henrique Oliveira. Barthes (im)pensado. Natal: Editora do IFRN, 2016.
JENKINS, Henry. A Cultura da Convergência. 2 ed. São Paulo: Editora Aleph, 2009.
KARPIK, Lucien. Resenha do livro - O mercado das singularidades. Revista de Economia Agrícola, São Paulo, v. 55, n. 1, p.107-115, 2008.
KILPP, Suzana. Audiovisualidades do voyeurismo televisivo. Porto Alegre: Zouk, 2008.
LA CECLA, Franco. La pasta e la pizza. Bolonha: II Mulino, 1998.
LAVINAS, Eleonora Leite Costa. A narrativa “espetacularizada” dos reality shows de gastronomia. In: Anais Intercom - XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Rio de Janeiro, 2015.
LAZARSFELD, P. F; BERELSON, B; GAUDET, H. The peoples’s choice: how the voter makes up his mind in a presidential campaign. 3ª ed. New York: Columbia University Press, 1969.
LÉVI-STRAUSS, Claude. A origem dos modos à mesa (mitológicas 3). São Paulo: Cosac Naify, 2006.
LIEBES, Tamar; KATZ, Elihu. The export of meaning: Cross-Cultural Reading of “Dallas”. 2 ed. Cambridge: Polity Press, 1993.
LIPOVETSKY, Gilles. A era do vazio: ensaio sobre o individualismo contemporâneo. Lisboa: Relógio D’Água, 1989.
MARCONDES FILHO, Ciro (Org). Dicionário de comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.
MCBRIDE, Anne. E. Food porn. Gastronomica: The Journal of Food and Culture, v.10, n. 1, p.38-46, 2010.
MORIN, Edgar. O desafio humano da comunicação. In: PENA-VEGA, Alfredo; et. al. (Orgs.). Edgar Morin: ética, cultura e educação. São Paulo: Cortez, p. 124, 2003.
NEXO JORNAL. A história do 'gourmet' com Paola Carosella. YouTube, 19 de jan de 2018. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=bSj4LKqA01c>. Acesso em: 25 mar 2018.
ROSE, Diana. Análise de imagens em movimento. In: BAUER, Martin W; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2007.
SANT'ANNA, Denise Bernuzzi de. Bom para os olhos, bom para o estômago: o espetáculo contemporâneo da alimentação. Revista Pro-Posições, v. 14, n. 2 (41), p. 41-42, 2003.
THOMPSON, Jonh. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
TONIN, Juliana. O espetáculo não é o coveiro da razão: mídia e autonomia em Gilles Lipovetsky. In Texto (UFRGS Online), n. 31, p.1-15, 2014.
VASCONCELOS, Francisco de Assis Guedes de. Os arquivos brasileiros de nutrição: uma revisão científica em nutrição no Brasil (1944-1968), Caderno de Saúde Pública, v. 15, n. 2, p. 303-16, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).