Epistemologias mutiladas e a exploração política de vieses cognitivos: o negacionismo engendrado pela retórica bolsonarista
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v14i3.43164Palavras-chave:
Epistemologias mutiladas, Crença, Indução retórica, Modelo, Antimodelo.Resumo
Este e artigo apresenta uma reflexão sobre as epistemologias mutiladas (HARDIN, 2002; SUNSTEIN; VERMEULE, 2009) segundo a lógica da ciência e das formas nas quais os vieses cognitivos atuam na constituição das crenças, e o modo pelo qual tais epistemologias constroem uma retórica própria. Para tal, apresenta uma análise de mensagens que circularam em grupos bolsonaristas de WhatsApp acerca da pandemia do novo coronavírus. Com isso, objetiva-se elucidar de que maneira as epistemologias mutiladas edificam formas alternativas de se fixar crenças que chegam a assumir uma postura oposta à própria ciência.
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