Reflexões acerca da remediação no consumo de experiência na Comic Con Experience
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v18i3.61397Palavras-chave:
Remediação, Consumo de Experiência, RitualidadesResumo
A partir da etnografia das edições de 2017, 2019, 2020 e 2021 da Comic Con Experience, evento realizado em São Paulo, este artigo relaciona a remediação e o consumo de experiência. Pautado na observação participante e em 10 entrevistas abertas e em profundidade, identifica os conceitos de imaginário coletivo, comum e suspensão voluntária da descrença, desenvolvendo reflexões que indicam que mais do que um conhecimento prévio, o consumo de experiência depende de uma anterioridade afetiva, formada através de ritualidades que antecedem o evento. Observando que ao longo destas ritualidades, abordadas segundo Jesus Martín-Barbero, ocorrem remediações, conceito apresentado por Jay David Bolter e Richard Grusin, o artigo considera, portanto, que elas contribuem para o consumo de experiência no evento.
Downloads
Referências
AVILA, Gabriel. A história dos filmes baseados em HQ no Oscar. Omelete, 2020. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/oscar-filmes-de-hqs#13. Acesso em 09.jan.2021.
BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. (Trad. de Antôniode P. Danesi). São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,1997.
BOLTER, Jay; GRUSIN, Richard. Remediation: understandig new media. Cambridge, Massachussets e Londres: MIT Press, 2000
BRIDI, Natalia. As maiores Bilheterias de 2019. Omelete, [S. l.], 2019. Disponível em: https://www.omelete.com.br/bilheteria-usa/maiores-bilheterias-de-2019#14. Acesso em: 09. jan. 2021.
CAIAFA, Janice. Aventura das cidades: ensaios e etnografias. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
CARVALHO, Victor. 8 maneiras que o MCU mudou o cinema para sempre. Observatório do Cinema, [S. l.], 2019. Disponível em: https://observatoriodocinema.uol.com.br/studio/marvel/8-maneiras-que-o-mcu-mudou-o-cinema-para-sempre/. Acesso em: 10 ago. 2024.
CASTORIADIS, Colin. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
COMIC-CON: 40 years of artists, writers, fans & friends. San Francisco: Chronicle Books LLC, 2009.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. 2002.
CUNHA, Mágda Rodrigues da; SCALEI, Vanessa. O valor das “novas” mediações no contexto da personalização do consumo televisivo. Conexão - Comunicação e Cultura, [S. l.], v. 17, 2019. Disponível em: https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conexao/article/view/6574. Acesso em: 18 mai. 2024.
DUBOIS, Philippe. Pós-fotografia, Pós-cinema: o desafio do “Pós”. In: FURTADO, Beatriz; DUBOIS, Philippe. (Orgs.). Pós-fotografia, Pós-Cinema: novas configurações da imagem. 1ª ed. São Paulo: Edições Sesc SP, 2019.
DU GAY, Paul, et al. Doing cultural Studies: the story of the Sony Walkman. Londres: Sage Publications; The Open University, 1997.
DURAND, Gilbert. O imaginário: Ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem. 5ª ed. Rio de Janeiro: Difel, 2011.
FRAGOSO, Suely. Imersão em games narrativos. GALÁxIA. Revista Interdisciplinar de Comunicação e Cultura, São Paulo, n. 28, p. 58-69, 2014. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/16692. Acesso em: 14 set.2024.
HADDAD, Helder; NUNES, Mônica. A experiência estética no consumo de coleções um estudo sobre colecionadores de estátuas e figuras de ação. Signos do Consumo, [S. l.], v. 12, n. 1, 2020. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/3502/350262516009/html/. Acesso em: 19 jun. 2024.
IKEDA, Augusto. O primeiro filme de super-heróis da história é de Shazam!. Ei Nerd!, [S. l.], 2019. Disponível em: https://www.einerd.com.br/primeiro-filme-de-super-herois-da-historia-shazam/. Acesso em 09 jun. 2024.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: ALEPH, 2009.
LEAL, Ondina. F. A leitura social da novela das oito. Petrópolis: Ed. Vozes, 1986.
MAFFESOLI, Michel. A contemplação do mundo. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1995.
MAFFESOLI, Michel. A Transfiguração do Político: a tribalização do mundo. Porto Alegre: Sulina, 2001.
MARTÍN-BARBERO, Jesus. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2003.
MITTELL, Jason. Complexidade narrativa na televisão americana contemporânea. Matrizes, v. 5, n. 2, p. 29-52, 2012.
MURRAY, Janet. Hamlet on the Holodeck: the future of narrative in cyberspace. Cambridge: MIT Press, 1998.
PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos (UFRGS. Impresso), [S. l.], v. 20, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/n8ypMvZZ3rJyG3j9QpMyJ9m/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 23 jul. 2024.
PEREIRA, Cláudia; SICILIANO, Tatiana; ROCHA, Everardo .“Consumo de experiência” e “experiência de consumo”: Uma discussão conceitual. LOGOS, [S. l.], v. 22, n. 2, 2015, p.6-17. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/logos/article/view/19523/16043. Acesso em: 14 set.2024.
PESAVENTO, Sandra J. Em busca de uma outra história – imaginando o imaginário. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 15, n. 29, p. 9-27, 1995. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/download/1245524369_ARQUIVO_sandrajatahy.pdf. Acesso em 19 mar. 2022.
PINHEIRO, Otávio. CCXP22 quebra recorde e recebe mais de 280 mil pessoas em edição de reencontro. Poltrona VIP, [S. l.], 2022. Disponível em: https://poltronavip.com/ccxp22-quebra-recorde-recebe-mais-de-280-mil-pessoas/. Acesso em 02 jul. 2024.
PIRES, Vera. Dialogismo e alteridade ou a teoria da enunciação em Bakhtin. Os estudos enunciativos: a diversidade de um campo, v. 16 n. 32-33, 2002. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/organon/article/view/29782/18403. Acesso em: 20 ago. 2024.
ROCHA, Gilmar. A imaginação e a cultura. Teoria e Cultura, [S. l.], v. 11, n. 2, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/TeoriaeCultura/article/view/12277. Aceso em 14 set.2024.
ROSSINI, Veneza V. M. A perspectiva das mediações de Jesús Martín-Barbero (ou como sujar as mãos na cozinha da pesquisa empírica de recepção). In: ENCONTRO DA COMPÓS, 19, 2010, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica, 2010. p. 1-16. Disponível em: http://compos.com.puc-rio.br/media/gt12_veneza_ronsini.pdf. Acesso em 14 set.2024.
SARDO, Delfim. O Exercício Experimental da Liberdade: Sobrevivência, Protocolo e Suspensão da Descrença: Medium e Transcendentais da Arte Contemporânea. 2012. 456 f. Tese (Doutorado em Arte Contemporânea) — Colégio das Artes, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2012. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/29784. Acesso em: 14 set.2024.
SIFUENTES, Liriam. ESCOSTEGUY, Ana Carolina P. O mapa das mediações comunicativas da cultura. In: ENCONTRO DA COMPÓS, 25, 2016, Goiânia. Anais eletrônicos... Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2016. Disponível em: https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/10726/2/O_mapa_das_mediacoes_comunicativas_da_cultura_cartografando_a_pesquisa.pdf. Acesso em: 14 set.2024.
SODRÉ, Muniz. A ciência do comum: notas sobre o método comunicacional. 1. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).