SÓ PORQUE EU SOU BRANQUINHA: embates pelo controle representacional da identidade nacional no caso do casal da Copa 2014
DOI:
https://doi.org/10.22409/ppgmc.v4i4.9717Resumo
Este artigo analisa a disputa pelo controle representacional do Brasil por meio de discursos midiáticos no episódio do ‘casal da Copa’, como ficou conhecido o caso de suposta substituição das duplas de artistas negros Camila Pitanga e Lázaro Ramos pelos artistas brancos Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert no posto de mestres de cerimônia do evento de sorteio de chaves da Copa 2014. Os antecedentes do episódio, textos de especialistas e jornalistas, e declarações dos artistas envolvidos são analisados à luz dos estudos culturais. Nas ficções surgidas no debate público, branquitude e mestiçagem emergem como noções agenciadas nos embates pelo controle representacional do Brasil e da construção de sua identidade social.
Downloads
Referências
ALDO: estádios serão entregues com relativa folga para a realização dos eventos-teste. Blog do Planalto, 04 dez. 2013. Disponível em: < http://blog.planalto.gov.br/aldo-estadios-serao-entregues-com-relativa-folga-para-a-realizacao-dos-eventos-teste/>. Acesso em: 07 dez. 2013.
BALIBAR, É. “A forma nação: história e ideologia”. In: Race, nation, class: ambiguous identities. London & New York: Verso, 1991.
BERGAMO, M. ‘Só porque sou branquinha?', pergunta Fernanda Lima sobre polêmica da Copa. Folha de S. Paulo, São Paulo, 29 nov. 2013. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2013/11/1378153-cesare-battisti-espera-documento-para-oficializar-permanencia-no-brasil.shtml> Acesso em: 06 dez. 2013.
BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Universidade Brasília, 2001.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
______. O que é um autor?. In: Ditos e Escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
FREYRE, G. Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob regime de economia patriarcal. 51 ed. São Paulo: Global, 2007. (1933).
GONZALEZ, L. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Machado, Luiz Antônio et alii. Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília: ANPOCS, 1983, p.223-244.
HALL, S. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
_______. The spectacle of the Other. In: Representation: Cultural Representations and Signifying Practices. London: Sage, 1997, p 223-290.
IPEA. Vidas perdidas e racismo no Brasil. Nota técnica Nº10/2013. Brasília: nov. 2013.
JARDIM, L. A preferência da Fifa. Veja, Radar on line, 23 nov. 2013. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/diversos/fifa-rejeita-camila-pitanga-e-lazaro-ramos-e-escolhe-outro-casal-para-sorteio-da-copa/>. Acesso em: 07 dez. 2013.
_________. MP investiga racismo da Fifa. Veja, Radar on line, 02 dez. 2013. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/diversos/mp-abre-investigacao-para-apurar-racismo-da-fifa/>. Acesso em 06 dez. 2013b.
NASSIF, L. O racismo da FIFA. Jornal GGN, Luis Nassif, 25 nov. 2013. Disponível em: < http://jornalggn.com.br/blog/vania/o-racismo-da-fifa>. Acesso em: 06 dez. 2013.
NUNOMURA, E. Fifa, sem racismo no Brasil, ok? Carta Capital, Farofafá, 25 nov. 2013. Disponível em: <http://farofafa.cartacapital.com.br/2013/11/25/fifa-sem-racismo-no-brasil-ok/>. Acesso em: 07 dez. 2013.
PARA diretor da Globo, acusar Fifa de racismo é ‘bobagem’. Veja. 02 dez. 2013. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/para-diretor-da-globo-acusar-fifa-de-racismo-e-bobagem. Acesso em: 07 dez. 2013.
RACY, S. ‘O que faz as pessoas não se ouvirem e não respeitarem diferenças’?. Blogs.estadão.com.br, São Paulo, 02 dez. 2013. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/o-que-faz-as-pessoas-nao-se-ouvirem-e-nao-respeitarem-diferencas/> Acesso em: 06 dez. 2013.
ROMERO, S. História da Literatura Brasileira, tomos I e II. Rio de Janeiro: Imago; Aracaju: Universidade Federal de Sergipe, 2001. (1888)
SANSONE, L. Negritude sem etnicidade: o local e o global nas relações raciais e na produção cultural negra no Brasil. Salvador/Rio de Janeiro: Edufba/Pallas, 2004.
SCHWARCZ, L. M. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira. 1ª ed. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
SENNA, D. M.; LIMA, T. F. Questão da violência na Atenção Primária à Saúde da População Negra. In: BATISTA, L. E.; WERNECK, J.; LOPES, F. (Orgs.). Saúde da população negra. 2.ed. rev. e ampl. Brasília: ABPN, 2012. p. 160-181.
SODRÉ, M. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
SOVIK, L. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009.
_________. Alô, alô, mestiçagem: É hora de repensar os mitos. Disponível em:
http://www.afirma.inf.br/textos/janeiro_2004_cultura.rtf. Acesso em 10 abr. 2013.
SILVA, T. T. da. A produção social da identidade e da diferença. In: Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.
VIANA, O. Raça e Assimilação. Companhia Editora Nacional, 1938.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).