A necessária centralidade da questão étnico-racial nas Políticas Públicas para as Comunicações: propostas para o caso brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v17i1.54597

Palavras-chave:

População negra, Povos Indígenas, Políticas de Comunicação, Democracia, Brasil

Resumo

Um conjunto de pressupostos pode contribuir na definição do caráter democrático das comunicações. Diversidade, pluralismo e liberdade de expressão são comumente princípios apontados como essenciais neste sentido, tanto na literatura sobre políticas públicas para as comunicações quanto na agenda de organizações da sociedade civil. Mas é possível, sobretudo num país marcado pelo racismo e outras desigualdades étnico-raciais de ordem estrutural, desconsiderar a centralidade da equidade étnico-racial para a afirmação de uma comunicação democrática? Entendendo que a resposta a esta pergunta é “não”, este artigo pretende fazer apontamentos sobre a importância de políticas públicas para as comunicações que tenham como foco a superação do racismo e a garantia de equidade étnico-racial no setor. 

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Biografia do Autor

Paulo Melo, Universidade Nova de Lisboa

Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia e investigador de pós-doutoramento no Instituto de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa. Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, no projeto "Proteção de Dados em Serviços de Saúde Digital" e coordenador do Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania da UFBA.  

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Publicado

2022-12-15

Como Citar

Melo, P. (2022). A necessária centralidade da questão étnico-racial nas Políticas Públicas para as Comunicações: propostas para o caso brasileiro. Mídia E Cotidiano, 17(1), 98-111. https://doi.org/10.22409/rmc.v17i1.54597