Processos autônomos e conflitualidade na comunidade indígena de San Andrés Totoltepec, Ciudad de México
Palavras-chave:
Autonomia, Comunidade, Povos indígenas, Conflitos, MéxicoResumo
No México, não é de hoje que as autonomias protagonizadas pelos povos indígenas reclamam seus espaços no diverso leque de lutas sociais registradas, especialmente, desde o ciclo de lutas antineoliberais iniciado nos anos 1990. É neste contexto que se insere, desde a década de 2010, o caso da comunidade indígena de San Andrés Totoltepec (SAT) - Ciudad de México. Com base nesta experiência, as problemáticas que animaram este esforço são: Como se deu o processo de luta e reconhecimento de SAT como povo indígena? Quem são os sujeitos – e quais seus interesses – envolvidos nos conflitos vividos na comunidade? Como se manifesta, na prática e em meio à conflitualidade, a organização da vida em comum em SAT? Para responder tais questões, metodologicamente realizou-se revisão de literatura e de documentos, assim como pesquisa de campo (observações e entrevistas semiestruturadas). Em termos de resultados, foi possível evidenciar um conflito bastante explícito em torno da especulação imobiliária no território de SAT. Mesmo que em luta contínua por reconhecimento frente ao Estado mexicano – alcançado pela via jurídica –, o Concejo de Gobierno Comunitario (CGC) é quem tenta impedir o avanço do setor imobiliário. Mas, quem é o mencionado setor? As próprias construtoras interessadas na realização de uma unidade habitacional na localidade, o Congreso Popular de la Ciudad de México e o atual governo da Alcaldía de Tlalpan (coligação PRD-PRI-PAN), articulados entre si. Em meio à tormenta, o CGC tem sido capaz de prefigurar formas contra-hegemônicas de exercício da política para organizar a vida em comunidade.
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