O silenciamento das mulheres na história
uma análise da caça às bruxas nos livros didáticos do sétimo ano do ensino fundamental
Palavras-chave:
Silenciamento das mulheres, Livros didáticos, Caça às bruxasResumo
O silenciamento das mulheres é algo latente dentro do campo científico da História, sendo algo visível dentro do currículo escolar da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos livros didáticos de História. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo geral, contribuir com uma reflexão sobre o silenciamento da História das mulheres no currículo, com um enfoque na temática da caça às bruxas (séculos XVI-XVII). Portanto, traçou-se como objetivos específicos apontar o silenciamento da História das Mulheres como um todo na História; esboçar o currículo enquanto campo de disputas que coloca a História do grupo dominante em primeiro plano, excluindo outros, como as mulheres; demonstrar o silenciamento da Caça às bruxas através dos livros didáticos do sétimo ano do ensino fundamental, reivindicando a importância da temática. Através da análise do currículo de História na BNCC e dos livros didáticos do sétimo ano do ensino fundamental, buscou-se evidenciar o apagamento da temática da Caça às bruxas nesses materiais. Os resultados obtidos neste trabalho evidenciam que o conteúdo acerca da caça às bruxas, possibilitam uma discussão sobre o papel da mulher tanto na modernidade como nos dias de hoje, entretanto, há um apagamento do conteúdo nos livros didáticos, visto que a temática não é desenvolvida e quando mencionada, aparece somente como um apêndice da História geral.
Downloads
Referências
ALVES, Gláucia da Rosa do Amaral; BECKER, Elsbeth Leia Spode. As mulheres e a historiografia. Disciplinarum Scientia, Santa Maria. v. 19, n. 1, p. 115-128, 2018.
BÍBLIA. N. T. Timóteo I. Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. 2022.
BRASIL. Lei N. 9. 3.384, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 09 jan. 2003.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União, Brasília, 10 mar. 2008.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Estabelece o Plano Nacional de Educação. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de jun. 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/historia. Acesso em: 15 jun. 2022.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História. Brasília: MEC/ SEF, 1998.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. 1.ed. São Paulo: Boitempo, 2016.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução: Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
FEDERICI,Silvia. Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais. Tradução: Heci Regina Candiani. 1 ed. São Paulo: Boitempo,2019.
FEDERICI, Silvia, O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. Tradução Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2019.
GIOVANNETTI, Carolina; SALES, Shirlei Rezende. Histórias das mulheres na BNCC do ensino médio: o silêncio que persiste. REHR, Dourados (MS), v. 4, n. 27, p. 251-277, 2020.
LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. Tradução Luiza Sellera. São Paulo: Cultrix,2019.
MUNAKATA, Kazumi. O livro didático como mercadoria. Pro-Posições, v. 23, n. 3 (69), p. 51-66, set./dez. 2012.
OLIVEIRA, Susane Rodrigues de. Ensino de história das mulheres: reivindicações, currículos e potencialidades pedagógicas. In: STEVENS, Cristina; OLIVEIRA, Susane Rodrigues de; ZANELLO, Valeska. Estudos feministas e de gênero: articulações e perspectivas. Santa Catarina: Editora Mulheres, 2014.
PEREIRA, Ana Carolina B. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, p. 88-114, abr./jun. 2018.
PERROT, Michelle; DUBY, Georges. Escrever a História das Mulheres. In: História das Mulheres no Ocidente. v.3, 1991.
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. Tradução de Angela M. S. Côrrea. São Paulo: Contexto, 2007.
SANTOMÉ, J. T. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 159-177.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Realidade. Porto Alegre: UFRGS, 1990.
SCOTT, Joan. História das mulheres. In: BURKE, Peter (Org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 1992, p. 63-96.
SILVA, Marco Antonio. A Fetichização do Livro Didático no Brasil. Educação Real, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 803-821, 2012.
SILVA, Thomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica,1999.
SILVA, Thomaz Tadeu da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
SOARES, Alvina Maciel. Recursos Didáticos na Educação de Jovens e Adultos. Angra dos Reis: Universidade Federal Fluminense, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Cinthia Maria da Silva Lisboa
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1.Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.