"Caminhos trançados"

trajetórias de trancistas africanas em Madureira-Rio de Janeiro

Autores

  • Natália Felício dos Santos Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Migrações África-Brasil , Migração e Trabalho , Racismo e Xenofobia , Entrevista

Resumo

Este artigo buscou conhecer histórias de quatro mulheres imigrantes africanas a partir de uma pesquisa de campo em salões de tranças afro comandados por estas no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro/RJ. O objetivo principal foi compreender como e quando o ofício de trançar se inseriu nos projetos migratórios das trancistas estrangeiras no Brasil. E o principal achado deste trabalho é que o trançar se constitui como uma estratégia laboral apenas quando elas já se encontram no Brasil e se deparam com as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho formal, em decorrência do racismo e da xenofobia. Baseado nas contribuições da Antropologia e da Sociologia, este estudo se orientou através de uma abordagem qualitativa, na qual as técnicas de observação participante e as entrevistas foram cruciais para a imersão no objeto estudado.

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Publicado

2024-11-19

Edição

Seção

Dossiê Sociedades e (i)mobilidades