Novas palavras para antigos caminhos
DOI:
https://doi.org/10.22409/poiesis.1728.13-20Palavras-chave:
Eugenio Barba, técnica, teatro experimentalResumo
“Cada época sonha com a época anterior”, dizia Jules Michelet. E assim, fantasiando teatros do passado, inventamos nossas técnicas percorrendo antigos caminhos. Sentimos a necessidade de forjar palavras que nos pertencem para evocar nossas miragens e supostos progressos. É bom refletir sobre os nomes dos caminhos antigos, mas também é útil rebatizar regularmente os termos de nossa língua de trabalho.
Hoje os atores usam técnicas que não buscam formas fixas nem respeitam regras do jogo bem definidas, como acontece no balé, no Kabuki ou no Kathakali, espetáculos que têm formas codificadas. Estou falando dos atores daqueles teatros que não possuem ou não querem ter uma tradição codificada, que não se caracterizam por uma estilização específica ou por um comportamento que possa ser reconhecido. São teatros que têm um destino ou uma vocação particulares: vivem como se estivessem sempre em statu nascendi, inclusive quando já têm longa experiência.
Em geral são chamados de teatro experimental, teatro laboratório ou, simplesmente, teatro de grupo. Correspondem a uma importante tradição independente. Uma “tradição do novo” mais parece um oximoro poético, e certamente é uma contradição. Mas essa contradição é uma parte essencial da história do teatro moderno.
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