Novas palavras para antigos caminhos

Autores

  • Eugenio Barba
  • Patrícia Furtado de Mendonça

DOI:

https://doi.org/10.22409/poiesis.1728.13-20

Palavras-chave:

Eugenio Barba, técnica, teatro experimental

Resumo

“Cada época sonha com a época anterior”, dizia Jules Michelet. E assim, fantasiando teatros do passado, inventamos nossas técnicas percorrendo antigos caminhos. Sentimos a neces­sidade de forjar palavras que nos pertencem para evocar nossas miragens e supostos pro­gressos. É bom refletir sobre os nomes dos caminhos antigos, mas também é útil rebatizar regularmente os termos de nossa língua de trabalho.

Hoje os atores usam técnicas que não buscam formas fixas nem respeitam regras do jogo bem definidas, como acontece no balé, no Kabuki ou no Kathakali, espetáculos que têm for­mas codificadas. Estou falando dos atores daqueles teatros que não possuem ou não querem ter uma tradição codificada, que não se caracterizam por uma estilização específica ou por um comportamento que possa ser reconhecido. São teatros que têm um destino ou uma vocação particulares: vivem como se estivessem sempre em statu nascendi, inclusive quando já têm longa experiência.

Em geral são chamados de teatro experimental, teatro laboratório ou, simplesmente, teatro de grupo. Correspondem a uma importante tradição independente. Uma “tradição do novo” mais parece um oximoro poético, e certamente é uma contradição. Mas essa contradição é uma parte essencial da história do teatro moderno.

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Biografia do Autor

Eugenio Barba

Eugenio Barba nasceu em Gallipoli, na Itália, em 1936. Estudou no colégio militar de Nunziatella em Nápoles. Em 1954 foi para a Noruega onde formou-se em Literatura francesa e norueguesa e História das religiões na Universidade de Oslo. Em 1961, foi para a Polônia estudar direção teatral, abandonando porém a Escola Estatal de Teatro, sediada em Varsóvia, para se unir ao teatro de Jerzy Grotowski. Em 1963, foi para a India onde estudou Kathakali. Voltou a Oslo em 1964, onde fundou o Odin Teatret. Em 1979 fundou a ISTA (International School of Theatre Anthropology) e em 2002 o CTLS (Centre for Theatre Laboratory Studies). Dirigiu até então 76 produções com o Odin Teatret e com o Theatrum Mundi Ensemble. Trata-se de um dos grandes mestres do teatro ainda vivo, cuja atuação vai além da concepção de espetáculos, abrangendo o âmbito da pedagogia, da ação social, da formação do tor/indivíduo. O conjunto de sua obra serve de inspiração para inúmeros atores e grupos de teatro que resistem pelo mundo afora.

Referências

Sem referências

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Publicado

2018-09-25

Como Citar

Barba, E., & Mendonça, P. F. de. (2018). Novas palavras para antigos caminhos. REVISTA POIÉSIS, 17(28), 13-20. https://doi.org/10.22409/poiesis.1728.13-20

Edição

Seção

DOSSIÊ