Wabi-Sabi, a arte da imperfeição: estética japonesa e alteridade cultural
DOI:
https://doi.org/10.22409/poiesis.1728.205-218Palavras-chave:
estética, alteridade cultural, cultura japonesaResumo
Investiga-se o ideal estético japonês wabi-sabi, aqui entendido como potente contraponto crítico à cultura de aceleração das sociedades capitalistas contemporâneas. No século XV, o wabi-sabi introduziu nas artes japonesas os sentidos de imperfeição, impermanência, incompletude e simplicidade derivados do zen budismo. Diante das constantes demandas de perfeição, produtividade e aceleração da atualidade, defendemos uma aproximação cuidadosa de alteridades culturais que nos pode ser especialmente reveladoras. Propomo-nos a cartografar aspectos do wabi-sabi de modo a contribuir para o fornecimento de ferramentas teórico-conceituais profícuas para as pesquisas e práticas artísticas que pretendam explorar o trânsito cultural oriente-ocidente. Assim, aproximamos estética, singularidades culturais e ética em um estudo introdutório que visa oxigenar e enriquecer a atividade de pesquisa no campo das artes.Downloads
Referências
BARTHES, R. Império dos Signos. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2007.
FERRAZ, Maria Cristina Franco. Ruminações: cultura letrada e dispersão hiperconectada. Rio de Janeiro: Garamond, 2015.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1999.
______. História da Sexualidade – A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 2006.
______. L’usage des plaisirs. Paris: Gallimard, 1984.
GREINER, C. . “Orientalismos, japonismos, pós-colonialismos - o papel do corpo na arte de viver junto. In: Christine Greiner e Marco
Souza. (Org.). Imagens do Japão, pesquisas, intervenções poéticas, provocações. São Paulo: Annablume, 2011, v. 01, p. 99-110.
HALL, Stuart. “A questão multicultural”. In: Da diáspora. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
JULLIEN, F. Tratado da eficácia. São Paulo: Ed. 34, 1998.
JUNIPER, Andrew. Wabi sabi: the japanese art of impermanence. Boston: Tuttle Publishing, 2003.
KOREN, Leonard. Wabi-sabi for artists, designers, poets and philosophers. Berkeley: Stone Bridge Press, 1994.
ORTEGA, F. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
SAID, Edward. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
SANTOS, Boaventura de Souza e Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2010.
VIVEIROS DE CASTRO, E. O nativo relativo. Mana: Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, 2002.
WATSUJI, Tetsuro. Climate and culture: a philosophical study. Tóquio: Japanese National Commission for Unesco, 1961.
YUASA, Yasuo. The body: toward an Eastern Mind-Body Theory. New York: SUNY Press, 1987.
______. The body: self-cultivation and ki-energy. New York: SUNY Press, 1993.
ZIZEK, Slavoj: “Multiculturalismo, o la lógica cultural del capitalismo multinacional”. In: GRÜNER, Eduardo. Estudios culturales.
Reflexiones sobre el multiculturalismo. Buenos Aires: Paidós, 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores(as) que publicam na Revista Poiésis concordam com os seguintes termos:
- Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é automaticamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, o que permite o seu compartilhamento desde que seja feito o reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Os(as) autores(as) têm permissão e são estimulados a distribuir online seu trabalho publicado na Revista Poiésis (em repositórios institucionais ou em sua própria página pessoal), uma vez que isso pode gerar interações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).