Um cubo mofado
DOI:
https://doi.org/10.22409/poiesis.v21i36.41039Palavras-chave:
fungo, arte contemporânea, carne, humanoResumo
A partir da investigação de trabalhos de arte contemporânea que incorporam fungos como matéria de sua composição, o texto discute o apodrecimento dos nossos corpos na epistemologia ocidental. Considerando o imaginário das pinturas de natureza-morta e do cubo branco modernista, alguns artistas apontam ironicamente para a tradição da decadência da carne em prol da ascensão de uma condição de humanidade. A colaboração e incorporação da presença dos fungos é ameaça para a chave dicotômica que opõe natureza e cultura, humano e animal. Artistas que dão espaço para a interação com esses seres e que pensam socialmente seus corpos indicam a possibilidade de existência do não humano.Downloads
Referências
ARTSPACE Editors. 1990: HANS Ulrich Obrist Explains Why Damien Hirst's "A Thousand Years" Stopped Francis Bacon in His Tracks. Artspace Magazine, Nova York, 25 mai. 2015. Disponível em https:// www.artspace.com/magazine/art_101/art-in-the-90s/1990-the-reasons-why-damien -hirsts-a-thousand-years-stopped-francis-bacon-in-his-tracks-55452. Acesso em 13/1/2020.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Ser crânio: lu-gar, contato, pensamento, escultura. Belo Horizonte: C/Arte, 2009.
HARAWAY, Donna J. Fragmentos: quanto como uma folha. (Entrevista com Donna Haraway concedida a Thyrza Nichols Goodeve). Mediações, Londrina, v. 20, n. 1, p. 48-68, jan./jun. 2015.
HARAWAY, Donna J. Manifesto ciborgue: Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In TADEU, Tomaz. (Org.). Antropologia do ciborgue: as verti-gens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
HEALY, Charlotte. A Radical Disregard for the Preservation of Art: Robert Rauschen-berg’s Elemental Paintings. Interventions Journal, issue 1: Object Lesson, Texts, v. 4. Disponível em https://interventions journal.wordpress.com/2015/01/23/a-radical-disregard-for-the-preservation-of-art-robert-rauschenbergs-elemental-paintings/. Acesso em 19/1/2020.
JANDIR JR. Arquivo (publicado em 24/12/2012). Disponível em https://jan-dirjr.wordpress.com/2012/12/24/sem-titulo-2012-diptico-da-esquerda-para-a/. Acesso em 13/1/2020.
LIE, Daniel. Portfólio, 2019. Disponível em https://liedaniel.hotglue.me/. Acesso em 26/1/2020.
MARGULIS, Lynn; SCHWARTZ, Karlene V. Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da vida na Terra. São Paulo: Guanabara Koogan, 2001.
MOSZYNKA, Anna. Sculpture Now. Lon-dres: Thames & Hudson, 2013.
NATUREZA-MORTA (verbete) In ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cul-tural, 2020. Disponível em http://enciclo-pdia.itaucultural.org.br/termo360/natureza-morta. Acesso em 15/3/2020.
O’DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco: a ideologia do espaço da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
PIÑAR, Guadalupe; et al. Amid the Possi-ble Causes of a Very Famous Foxing: Mo-lecular and Microscopic Insight into Leo-nardo da Vinci's Self-Portrait. Environ-mental Microbiology Reports, v. 7, n. 6, p. 849-859, 2015. Disponível em https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1758-2229.12313. Acesso em 13/3/2020.
SALVARO, Cleverson Luiz Portfólio [201-]. Disponível em https://salvaro.tumblr .com/. Acesso em 14/3/2020.
THE MUSEUM OF HUNTING AND NATURE. History of the Museum. Paris [19--]. Dis-ponível em https://www.chassenature .org/en/the-museum-of-hunting-and-nature/. Acesso em 26/1/2020.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspec-tivismo e multinaturalismo na América indígena. In: A inconstância da alma sel-vagem. São Paulo: Ubu Editora, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores(as) que publicam na Revista Poiésis concordam com os seguintes termos:
- Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é automaticamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, o que permite o seu compartilhamento desde que seja feito o reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Os(as) autores(as) têm permissão e são estimulados a distribuir online seu trabalho publicado na Revista Poiésis (em repositórios institucionais ou em sua própria página pessoal), uma vez que isso pode gerar interações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).