Nas conversas e nos silêncios: memórias inundadas por Belo Monte
DOI:
https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i37.47239Palavras-chave:
memória afetiva, vila Santo Antônio, hidrelétrica de Belo MonteResumo
As ruínas de Santo Antônio e suas memórias inundadas revelam o processo de perda do espaço afetivo. A hidrelétrica de Belo Monte construída no Pará, em funcionamento desde 2016, é um símbolo da “modernidade” da Amazônia. Neste projeto nacional, as populações mais vulneráveis foram excluídas. Em busca por memórias georreferenciadas na região e na resistência social, realizei uma investigação sobre a história da agrovila Santo Antônio narrada através das memórias das famílias expulsas pela barragem, tratadas conceitualmente como memórias inundadas. Nesta extinta comunidade, moraram cerca de 60 famílias. Encontrei antigos moradores que compartilharam suas reconstruções simbólicas sobre o vivido naquele espaço.
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