Nas conversas e nos silêncios: memórias inundadas por Belo Monte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i37.47239

Palavras-chave:

memória afetiva, vila Santo Antônio, hidrelétrica de Belo Monte

Resumo

As ruínas de Santo Antônio e suas memórias inundadas revelam o processo de perda do espaço afetivo. A hidrelétrica de Belo Monte construída no Pará, em funcionamento desde 2016, é um símbolo da “modernidade” da Amazônia. Neste projeto nacional, as populações mais vulneráveis foram excluídas. Em busca por memórias georreferenciadas na região e na resistência social, realizei uma investigação sobre a história da agrovila Santo Antônio narrada através das memórias das famílias expulsas pela barragem, tratadas conceitualmente como memórias inundadas. Nesta extinta comunidade, moraram cerca de 60 famílias. Encontrei antigos moradores que compartilharam suas reconstruções simbólicas sobre o vivido naquele espaço.

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Biografia do Autor

Camila do Socorro Aranha dos Reis, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Camila do Socorro Aranha dos Reis é professora de arte da Rede Estadual de Educação do Pará (SEDUC-PA) na cidade de Salinópolis e doutoranda em Memória Social pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Reis, C. do S. A. dos . (2021). Nas conversas e nos silêncios: memórias inundadas por Belo Monte . REVISTA POIÉSIS, 22(37), 115-136. https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i37.47239