O olhar saturnino de António Lobo Antunes em “Que farei quando tudo arde?”

Autores

  • Maria Cristina Chaves de Carvalho Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v2i3.29806

Palavras-chave:

romance português contemporâneo, António Lobo Antunes, neobarroco

Resumo

Este artigo propõe uma articulação de teorias sobre o barroco e o neobarroco, relacionando-as às experiências estéticas da cultura ocidental e ao romance português contemporâneo. O motivo da melancolia como tema e como procedimento de escrita é retomado, considerando-se a meditação saturnina observada na gravura de Dürer, Melancolia, entendida por João Adolpo Hansen como a “alegoria do conhecimento finito”, cuja contemplação se destina aos objetos que se assemelham às ruínas. O culto barroco das ruínas pode ser compreendido através do “fragmento significativo”, isto é, do estilhaço que, de acordo com a ótica benjaminiana, “é a matéria mais nobre da criação barroca”. É essa contemplação das coisas que se quer investigar na contemporaneidade, a partir das personagens de António Lobo Antunes, enfatizando o olhar melancólico de Paulo - personagem do romance Que farei quando tudo arde? –, imerso num ambiente familiar onde não se identifica, consciente da sua fragilidade diante da vida e atormentado com a idéia da morte.

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Publicado

2009-11-19

Como Citar

Carvalho, M. C. C. de. (2009). O olhar saturnino de António Lobo Antunes em “Que farei quando tudo arde?”. Abril – NEPA / UFF, 2(3), 109-119. https://doi.org/10.22409/abriluff.v2i3.29806