Gastão Cruz: testemunha do tempo

Autores

  • Paulo Braz Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i28.52455

Palavras-chave:

Gastão Cruz, Arquivo, Intertextualidade, Modernidade

Resumo

A intertextualidade, para além de mero recurso dialogante, é um aspecto fundador da poética de Gastão Cruz. O que significa dizer, em outras palavras, que a obra gastoniana não é devidamente compreendida se não à luz de outras vozes comunicantes com as quais se funde para a constituição de um discurso próprio. Assim, esse artigo busca descrever como tal poética pode ser compreendida como um arquivo da modernidade em Portugal, considerando a articulação das atividades de poeta e ensaísta crítico que Gastão desempenha. A figura do poeta-leitor é, portanto, reivindicada para pensar como os procedimentos críticos de leitura da obra de outros autores podem cumprir uma função criativa na sua arte de fazer versos. É também trazido à tona uma reflexão sobre a natureza do tempo e da morte na poesia de Gastão, o que nos conduz a uma abordagem mais ampla e problematizadora da ideia de arquivo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Braz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutor em Letras – Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da Universidade Federal Fluminense.

Referências

BELO, Ruy. Todos os poemas. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.

BLANCHOT, Maurice. A parte do fogo. Tradução de Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

BRANDÃO, Fiama Hasse Pais. Obra breve. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.

COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Tradução de Cleonice P. B. Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.

CRUZ, Gastão. A vida da poesia: textos críticos reunidos. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008.

CRUZ, Gastão. Os poemas. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.

CRUZ, Gastão. Escarpas. Rio de Janeiro: Móbile, 2011.

CRUZ, Gastão. Observação do verão. Lisboa: Assírio & Alvim, 2011.

CRUZ, Gastão. Observação do verão seguido de Fogo. Rio de Janeiro: Móbile, 2013.

CRUZ, Gastão. Óxido. Lisboa: Assírio & Alvim, 2015.

CRUZ, Gastão. Existência. Lisboa: Assírio & Alvim, 2017.

DEL MAS, Bruno. Arquivos para quê? Textos escolhidos. Tradução de Danielle Ardaillon. São Paulo: Instituto Fernando Henrique Cardoso, 2010.

DERR IDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Tradução de Claudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

EIRAS, Pedro; MAFFEI, Luis. A vida repercutida: uma leitura de poesia de Gastão Cruz. Lisboa: Esfera do Caos, 2012.

HELDER, Herberto. Poemas canhotos. Lisboa: Assírio & Alvim, 2015.

MIRANDA, Francisco de Sá de. Poesias. Edição de Marcia Arruda Franco. Coimbra: Angelus Novus, 2011.

NAVA, Luis Miguel. Ensaios reunidos. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.

PESSOA, Fernando. Poemas de Álvaro de Campos. Fixação de textos, introdução e notas de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

SILVE IRA, Jorge Fernandes. Portugal maio de Poesia 61. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.

Downloads

Publicado

2022-04-15

Como Citar

Braz, P. (2022). Gastão Cruz: testemunha do tempo. Abril – NEPA / UFF, 14(28), 81-92. https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i28.52455