A poesia pictórica de Virgílio de Lemos & seus heterônimos: ecos simbolistas e impressionistas em traços de vanguarda

Autores

  • Luciana Brandão Leal Universidade Federal de Viçosa (UFV)

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i29.52670

Palavras-chave:

Virgílio de Lemos, Heterônimos, Impressionismo, Simbolismo, vanguardas

Resumo

Este artigo apresenta uma leitura da poética do escritor moçambicano Virgílio de Lemos, considerando os traços pictóricos presentes em sua escrita ortônima e na de seus heterônimos, que remetem a deslocamentos por estéticas artísticas – sobretudo pela literatura, música e pintura – constituindo-se em uma proposta semiótica e intertextual com estéticas predominantes no final do século XIX, como o Simbolismo e o Impressionismo. Esses trânsitos revelam uma potencialidade de criação e o imaginário de um poeta vertiginoso, cujas propostas representam um movimento de vanguarda no cenário literário predominante em Moçambique ainda no período colonial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciana Brandão Leal, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Luciana Brandão Leal é bolsista de produtividade PQ2 pelo CNPq. Doutora e mestra em Letras – Literaturas de Língua Portuguesa, pela PUC Minas. Atuou como investigadora visitante na Universidade de Lisboa, com bolsa CAPES de doutorado-sanduíche. Professora Adjunto III da Universidade Federal de Viçosa (atuando no campus Florestal). Coordena o projeto de pesquisas “A poesia dos países africanos de língua portuguesa nos séculos XX e XXI” (financiado pelo CNPq) e registrado na Universidade Federal de Viçosa (2022-2025). Membro do grupo de pesquisas GEED – Grupo de pesquisas em estéticas diaspóricas, coordenado pela profa. Dra. Maria Nazareth Soares Fonseca. Integra a comissão editorial do literÁfricas. Possui diversos artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais. Autora dos livros: Descolonizar a palavra: poesia moçambicana do século XX e Virgílio de Lemos: poesia em trânsito, ambos em fase de editoração.

Referências

ANDRADE, Oswald de. Manifesto Antropófago, 1924. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2017.

ANDRADE, Oswald de. Manifesto da Poesia Pau-Brasil. 1924. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2017.

ANDRADE, Oswald de. Obras Completas: do Pau-Brasil à Antropofagia e às Utopias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.

ANGIUS, Fernanda. Entre os oceanos e o amor viaja o poeta. In: LEMOS, Virgílio de. In.: Eroticus moçambicanus: breve antologia da poesia escrita em Moçambique (1944/1963) / Virgílio de Lemos & heterônimos; Carmen Lúcia Tindó Secco (organização e apresentação). Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Faculdade de Letras, UFRJ, 1999. p. 131-138.

ANGIUS, Fernanda; ANGIUS, Matteo. O desanoitecer da palavra: estudo, seleção de textos inéditos e bibliografia anotada de um autor moçambicano. Praia; Mindelo: Embaixada de Portugal; Centro Cultural Português, 1999.

ÁVILA, Affonso. O poeta e a consciência crítica: uma linha de tradição, uma atitude de vanguarda. Petrópolis, RJ: Vozes, 1989.

BAKHTIN, M. M. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.

CÍCERO, Antônio. O sentido da vanguarda. Folha de S. Paulo, São Paulo, 03 mai. 2008. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0305200837.htm>. Acesso em: 01 mar. 2018.

GUIMARÃES, Fernando. Simbolismo, Modernismo e Vanguardas. Porto: Lello & Irmão Editores, 1992.

HANNA, Vera Lúcia. O contraponto poético em “Ó Madalena, ó cabelos de rastros”, de Camilo Pessanha. 1980. Dissertação (Mestrado em Letras – Literatura Portuguesa) - Faculdade de Filosofa, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Letras Modernas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1980.

LEAL, Luciana Brandão. As invenções de Tarsila: vanguardas e trânsitos. Disponível em: http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/sensorium/article/view/4123/pdf_81 DOI: https://doi.org/10.33871/23580437.2021.8.1.255-270

LEMOS, Virgílio. Eroticus Moçambicanus. Moçambique (1944/1963) / Virgílio de Lemos & heterônimos; Carmen Lúcia Tindó Secco (organização e apresentação). Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Faculdade de Letras, UFRJ, 1999a.

LEMOS, Virgílio de. Ilha de Moçambique - a ilha é o exílio do que sonhas. Maputo: Amolp, 1999b.

LEMOS, Virgílio. A invenção das ilhas. Organização e posfácio de António Cabrita. Maputo: Escola Portuguesa de Moçambique, 2009.

LEMOS, Virgílio de. Negra Azul: retratos antigos de Lourenço Marques de um poeta barroco (1944-1963). Maputo: Instituto Camões - Centro Cultural Português, 1999c.

LEMOS, Virgílio de. Lisboa, oculto amor - antologia breve (1974-1999). Coimbra: Minerva, 2000.

LEMOS, Virgílio de. Para fazer um mar. Lisboa: Instituto Camões, 2001. (Coleção Insularidades).

LEMOS, Virgílio de. Jogos de prazer. Virgílio de Lemos & heterónimos: Bruno Reis, Duarte Galvão e Lee-Li Yang. Organização do volume e prefácio de Ana Mafalda Leite. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2009.

PAZ, Octavio. Os filhos do barro: do romantismo à vanguarda. Tradução de Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

PAZ, Octavio. A dupla chama: amor e erotismo. Tradução de Waldir Dupont. São Paulo: Siciliano, 1994.

REIS, Sandra Loureiro de Freitas. A linguagem oculta da arte impressionista. Tradução intersemiótica e percepção criadora na Literatura, Música e Pintura. Belo Horizonte: Mãos Unidas Edições Pedagógicas, 2001.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Introdução. In: LESSING, G. E. Laocoonte ou sobre as fronteiras da Pintura e da Poesia. introdução, tradução e notas de Márcio Seligmann-Silva. São Paulo: Iluminuras, 2011.

Downloads

Publicado

2022-10-31

Como Citar

Leal, L. B. (2022). A poesia pictórica de Virgílio de Lemos & seus heterônimos: ecos simbolistas e impressionistas em traços de vanguarda. Abril – NEPA / UFF, 14(29), 43-56. https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i29.52670