Cidade sem nome, homem sem face: escolhas e estratégias na adaptação fílmica de O homem duplicado

Autores

  • Edson José Rodrigues Júnior Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i29.54724

Palavras-chave:

O homem duplicado, Enemy, Adaptação, Remidiação

Resumo

Ao chegar aos cinemas em 2013, Enemy, filme hispano-canadense dirigido por Denis Villeneuve que adapta o romance O homem duplicado (2002), do escritor português José Samarago, dividiu radicalmente crítica e público. O caráter experimental, soturno e psicológico de Enemy também colocou em xeque sua própria fidelidade ao texto fonte de Saramago, que, como é de conhecimento comum, também é afeito às experimentações na prosa. Em face das potencialidades inovantes e arrojadas do filme e do romance, cada um em seu próprio território e com seus próprios artifícios, o que propomos nesse artigo é um estudo, pelo viés das Teorias da Adaptação, sobre as estratégias adaptativas empregadas no processo de remidiação (BOLTER; GRUSIN, 2000) d’O homem duplicado de Saramago para a linguagem cinematográfica. Para tanto, pretendemos realizar uma leitura imanente pautada nos aspectos formais e temáticos das duas obras: alterações e permanências de elementos narrativos e imagéticos; rupturas e continuidades formais, simbólicas e temáticas, além das escolhas e recursos da linguagem cinematográfica empregados pelos adaptadores em Enemy, bem como suas (possíveis) motivações. O escopo da nossa análise está voltado sobretudo para dois elementos insólitos do romance que foram mantidos por Villeneuve durante o processo de tradução intersemiótica (PLAZA, 2003): a cidade moderna como espaço inquietante, sufocante e labiríntico que apequena os indivíduos e retira-lhes a identidade; e o arquétipo cultural, literário e psicanalítico (RANK, 2013) do duplo.

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Biografia do Autor

Edson José Rodrigues Júnior, Universidade de São Paulo (USP)

Doutorando em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (PPGL/UFPE). Graduado em Licenciatura em Letras (Português) pela mesma instituição. É membro pesquisador do Belvidera - Núcleo de Estudos Oitocentistas da UFPE, integrante do grupo Ficção Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas na Era Digital (FICÇA) da UFMA e do Laboratório de Estudos do Romance (LERo) da USP.

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Publicado

2022-10-31

Como Citar

Rodrigues Júnior, E. J. (2022). Cidade sem nome, homem sem face: escolhas e estratégias na adaptação fílmica de O homem duplicado. Abril – NEPA / UFF, 14(29), 119-141. https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i29.54724