O oceano índico, espelho de afetos e memórias na filmografia de Lara Sousa: reflexões sobre cinema e literatura em Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i29.54843Palavras-chave:
Cinema, Moçambique, Lara Sousa, Fim, KalungaResumo
A proposta deste artigo é, com base nos filmes Fim e Kalunga, da autoria da jovem cineasta moçambicana Lara Sousa, refletir acerca de alguns rumos da atual filmografia moçambicana, que, a partir das perspectivas do “cinema- -poesia”, de Pasolini, e do “documentário pós-moderno” definido por Bill Nichols, se afasta da cinegrafia militante praticada por cineastas da geração anterior, produzindo filmes subjetivos, desconstrutores de utopias sonhadas no passado. Em Fim, a ameaça da morte do pai, o consagrado cineasta Camilo de Sousa, faz Lara reavaliar utopias e o cinema-ação que caracterizou a atuação cinematográfica paterna no processo de descolonização de Moçambique. Em Kalunga, a memória dos poemas da tia-avó, Noémia de Sousa, propicia o repensar crítico de um oceano “Índico de desesperos e revoltas”.
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